Soft Cell, dupla pós-punk que acumula hits nas rádios, estará no próximo C6 Fest

Marc Almond foi um dos primeiros a levantar a bandeira gay na década de 1980 com banda que era admirada por David Bowie

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Lúcio Ribeiro
São Paulo

Entre as 30 atrações já anunciadas para o line-up da segunda edição do C6 Fest, que acontece em São Paulo em maio do ano que vem, estava o nome do duo britânico Soft Cell. Suspiros e burburinhos entusiasmados surgiram durante o evento para a imprensa.

Marc Almond e Dave Ball, integrantes da dupla Soft Cell
Marc Almond e Dave Ball, integrantes da dupla Soft Cell - Andrew Whitton/Divulgação

Banda veterana que pode até estar perdida em seu tempo, o Soft Cell se apresentará no Brasil no ano em que vem para corrigir um erro histórico.

Entre as tantas atrações musicais anunciadas pelos diversos shows solo e festivais no país, desde o atual octogenário Paul McCartney à novíssima banda americana Thus Love, o cantor Marc Almond e seu parceiro David Ball nunca botaram os pés no Brasil para tocar desde sua fundação, no final da década de 1970.

Em grande parte dos mais de 40 anos de carreira, o duo passou separado. Ainda assim, o Soft Cell sempre foi a banda que, na fértil cena pós-punk britânica da década de 1980, emplacou 12 músicas no top 40 da parada inglesa, acumulou fãs declarados como David Bowie e Nine Inch Nails e compôs pelo menos três músicas que tocam até hoje em rádios brasileiras difusoras dos chamados flashbacks, "Tainted Love", "Torch" e "Say Hello, Wave Goodbye".

Uma das mais fundamentais e dramáticas duplas da década de 1980 na música pop, o Soft Cell mistura electropop fino, indie sensível, causa gay musicada em som de sintetizador, punk da sofrência e se tornou quase um precursor emo. A banda produziu um caminhão de hits com o álbum de estreia, "Non-Stop Exotic Cabaret", lançado em 1981.

É com "Tainted Love", um cover de uma canção soul americana de 1964 transformada em tecnopop pegajoso, que o Soft Cell deve arrastar seus antigos fãs para o C6 Fest —junto com os mais novos, atraídos por posts nas redes sociais que vira e mexe viralizam o hino da banda.

O público jovem mal sabe que Marc Almond foi um dos primeiros a abraçar a causa gay na música, em uma época não tão fácil para se abrir sexual, sentimental e socialmente, ainda mais em uma cena musical influenciada pelos machismos do punk rock.

No festival, o Soft Cell está escalado para uma noite dance das boas, encabeçada pelos irmãos belgas 2ManyDJs. A programação ainda terá Romy —da banda The XX— trazendo o som de sua colorida carreira solo e as paraenses Jaloo e Gaby Amarantos.

O C6 Fest acontece em maio do ano que vem, em três palcos montados no parque Ibirapuera, em São Paulo. A banda Pavement e a cantora Cat Power, que apresentará faixas do seu disco recente, em que canta Bob Dylan, são os nomes mais fortes dos gêneros rock e pop escalados para o festival, que ainda dedicará boa parte da programação ao jazz. Diferente do ano passado, o festival não terá parte de sua programação levada ao Rio de Janeiro.

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