Teatro da Vertigem lança campanha para arrecadar dinheiro e evitar perder sede

Grupo enfrenta dificuldades financeiras e já acumula R$ 90 mil em dívidas por aluguel atrasado

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São Paulo

O Teatro da Vertigem lançou nesta terça-feira (6) uma campanha para arrecadar recursos e evitar o fechamento de sua sede, localizada no Bexiga, região central de São Paulo.

"Causada por dificuldades financeiras, existe hoje uma dívida acumulada com aluguéis e os proprietários não aceitam esperar mais tempo para a sua quitação", diz a companhia, nas redes sociais.

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Lucienne Guedes em ensaio de 'Agropeça', montagem do grupo Teatro da Vertigem, no Sesc Pompeia - Karime Xavier/Folhapress

"Infelizmente, caso a situação não se reverta, a sede do Vertigem será fechada e com ela todo o acervo se perderá, pois não há mais local físico para armazená-lo."

Como a Folha mostrou, o grupo, que tem mais de 30 anos de existência, enfrenta dificuldades financeiras e já acumula R$ 90 mil em dívidas pela falta de pagamento do aluguel do espaço.

Surgido no início dos anos 1990, com seus integrantes saídos do ambiente acadêmico da USP, o Teatro da Vertigem sempre enfrentou adversidades ao longo de sua história. O grupo é conhecido por apresentar as suas peças não em teatros tradicionais, mas em locais da cidade.

Em 1995, eles usaram a estrutura do Hospital Humberto Primo para narrar "O Livro de Jó", enquanto em 2006 encenaram a montagem "BR 3" nas águas do rio Tietê.

Desde 2017, porém, a companhia afirma que a situação financeira começou a se agravar porque os programas de incentivo às artes cênicas foram rareando. Ao mesmo tempo, eles foram perdendo patrocínio e apoio.

O último trabalho apresentado pelo grupo foi "Agropeça", encenado no ano passado no Sesc Pompeia. Pela produção, a companhia recebeu quatro indicações ao Prêmio Shell de Teatro.

Antes de lançar a campanha online, o Teatro da Vertigem chegou a tomar outras medidas, como a venda de equipamentos do grupo e inscrições em editais de apoio à cultura. As ações, contudo, têm sido insuficientes.

A preocupação dos integrantes é também com o acervo de mais de 30 anos de trabalho, já que sem a sede, hoje situada no número 240 da rua Treze de Maio, não há outro espaço físico para colocar os materiais do grupo.

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