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João Perassolo

Sucesso do Summer Breeze prova o bom momento do metal

Festival lota sua segunda edição com lineup de clássicos, mas poderia trazer mais nomes contemporâneos da música pesada

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João Perassolo
João Perassolo

Repórter da Ilustrada

São Paulo

Quão popular é o heavy metal em 2024? Segundo um profissional envolvido na produção do festival de música pesada Summer Breeze, que fechou sua segunda edição neste domingo, em São Paulo, o gênero é underground.

Será mesmo? A sensação ao ver 35 mil pessoas reunidas no Memorial da América Latina, durante os três dias do evento, é que há mais público para o heavy metal no Brasil do que parece, tanto que o Summer Breeze já confirmou sua edição para o próximo ano.

Show do Mercyful Fate no festival Summer Breeze
Show do Mercyful Fate no festival Summer Breeze - Marcos Hermes

O metal não toca na rádio e não coloca faixas nas mais ouvidas no streaming, é verdade, mas tem vários festivais dedicados a ele no país. Além do evento alemão, há o Knotfest, que terá sua segunda edição em outubro e provavelmente vai lotar os mais de 40 mil lugares do Allianz Parque nos dois dias, e o Monsters of Rock, que este ano não rolou.

Isso sem contar o dia da música pesada no Rock in Rio e os festivais menores, estes sim de nicho, como o Setembro Negro, uma reunião de bandas de metal extremo que tocam numa casa paulistana para um público de pouco mais de mil pessoas.

Ou seja, gente não falta, e o sucesso do Summer Breeze, que já se tornou um dos fins de semana mais esperados do ano pela galera de preto, comprova o bom momento do metal no país.

A comoção nos shows do festival era geral, seja no de bandas clássicas como Carcass, que deu uma aula de death metal sob o calor de 30ºC, ou no Killswitch Engage, um dos poucos representantes do metal do século 21 no evento, capaz de fazer a plateia abrir rodas imensas de pogo com sua mistura de peso e vocal de apelo pop.

A escalação, como no ano passado, tendia para bandas das antigas, que agradam aos metaleiros com mais de 40 anos, sucesso na certa. É um pouco o festival da nostalgia, com Mercyful Fate fechando o domingo e Anthrax, que foi relevante nos anos 1980 e 1990, tocando antes. Fica clara a opção dos organizadores do evento em destacar os clássicos.

Sem perder isso de vista, o festival poderia colocar em seus palcos menores mais bandas contemporâneas e preencher um vácuo no Brasil, que ainda recebe poucas apresentações de artistas de vanguarda da música pesada.

Ok, no ano passado o Summer Breeze trouxe Perturbator, e este ano, Nervosa e Nestor, todos nomes quentes no metal do agora. Mas é pouco.

Há uma fila de gente interessante fazendo o circuito de festivais menores na Europa ainda por chegar no Brasil, como Chelsea Wolfe, Full of Hell, The Body, Agriculture e Big Brave, por exemplo. Provavelmente haveria público.

Lineup à parte, o Summer Breeze entregou som cristalino nos quatro palcos e pontualidade nos shows, fora a facilidade de acessar o bar e os banheiros. Sim, existe festival sem perrengue.

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