A entrevista coletiva do presidente Lula após o encontro do G7 mostrou uma liderança pragmática e sem a estridência conflitiva de outras ocasiões. Lula parece estar entendendo como a banda toca e se adaptando ao ritmo da marcha.
Sem elevar o tom e ceder à tentação de causar no palanque, foi realista quanto às circunstâncias, sejam as da guerra, sejam as relativas às cisões geopolíticas e econômicas, mas defendeu com firmeza e serenidade as posições que acredita mais favoráveis ao Brasil.
Não se poderia esperar que Lula se comportasse como se fosse líder de um país rico membro da Otan, mesmo porque não é –ficamos, aliás, no Atlântico Sul.
E é do ponto de vista do que se chama de Sul Global que o Brasil fala. E fala também de seu ponto vista histórico, de nação que sempre atuou diplomaticamente para aplacar guerras e conflitos e preferencialmente manter relativa distância das polarizações para obter eventuais vantagens.
"Não fui ao G7 para discutir guerra", disse, minimizando o "no show" da estrela "ex machina" Zelenski, e acenando com a necessidade de refundar a ONU como fórum mais efetivo para o debate e as decisões internacionais. É de interesse do Brasil.
No conjunto da obra, saiu por cima da festa dos ricos. E ainda mandou um recado bem mandado para o racismo que vai imperando nos estádios espanhóis (não só) e que se volta agora, mais uma vez, de maneira repugnante contra o craque brasileiro Vini Jr., do Real Madri.
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