Governo prevê gasto de R$ 267 mi com projeto-executivo do trem-bala em 2014
O ministro dos Transportes, César Borges, disse nesta sexta-feira (16) que o Orçamento de 2014 prevê um gasto de R$ 267 milhões para elaboração do projeto-exeutivo do trem-bala.
"Vamos trabalhar para reduzir, mas é o máximo a ser gasto em 2014", disse Borges.
O governo não tem uma estimativa para o gasto total com os estudos da obra do trem-bala, que deverá ligar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas (SP). De acordo com o ministro, o que está previsto no Orçamento poderá ou não ser gasto, dependendo das licitações que serão feitas. Outros valores também poderão ser alocados nos próximos anos, se houver necessidade. O projeto executivo é o conjunto de estudos técnicos detalhados que servem para embasar a obra.
Reportagens divulgadas nesta semana indicaram que o custo total do projeto executivo poderia chegar a R$ 900 milhões, segundo estimativa do próprio presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo. O ministro César Borges explicou que o número é uma estimativa "bastante elevada", feita com base no custo total da obra, e não deverá ser executado.
Borges disse que até agora foi feita uma licitação para o projeto executivo do TAV, para contratar a empresa gerenciadora do projeto, com valor entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões.
Na última segunda-feira (12), o governo anunciou o adiamento por, pelo menos, um ano da primeira etapa do leilão do trem-bala. Segundo o ministro, a mudança foi para dar tempo às empresas, que demonstraram interesse em participar da licitação, organizarem os consórcios para a disputa.
Segundo a Folha apurou, o governo considerou que o momento político, com a proximidade da eleição presidencial de 2014, não é favorável à licitação do TAV (trem de alta velocidade) e decidiu adiá-lo por ao menos um ano.
O projeto (orçado em R$ 35,5 bilhões e em até R$ 55 bilhões pelo mercado) poderia ser usado como munição pela oposição num momento que manifestantes pedem investimentos em metrô. O governo diz que há recurso para fazer o TAV, trens e metrôs.
Oficialmente, o discurso do Planalto é que a decisão foi tomada porque dois consórcios --espanhol e alemão-- solicitaram o adiamento. Só os franceses iriam participar da disputa, e a presidente não queria uma licitação com apenas um competidor.
A concorrência que definiria o fornecedor dos equipamentos e do operador da concessão estava marcada para a próxima esta sexta-feira (16).
Tecnicamente, diante dos pedidos de postergação, a decisão era pelo adiamento. Assessores presidenciais dizem, porém, que seria possível realizar a concorrência no fim deste ano ou no início de 2014.
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