Portugal Telecom descarta capitalizar a Oi
Maior acionista da Oi, a Portugal Telecom descarta capitalizar a companhia. A medida era esperada pelo mercado como forma de reduzir o pesado endividamento da Oi.
Segundo Luís Pacheco, diretor financeiro da PT, a empresa não vai aportar capital novo na Oi porque tem de fazer frente às suas necessidades de caixa e também tem um alto endividamento.
A contribuição, diz, virá no suporte operacional para cortar custos e aumentar as vendas. Outra ajuda, afirma, já veio do corte de dividendos a serem pagos aos acionistas, congelado em R$ 500 milhões ao ano --antes, eram R$ 2 bilhões.
Em paralelo, porém, em mais um passo de sua integração que tende acabar em uma fusão, a Oi levou oito de seus principais clientes da área de armazenamento de dados para o novo data center da Portugal Telecom.
A PT é a maior acionista individual da operadora brasileira e Zeinal Bava preside as duas empresas.
Com investimento de 90 milhões de euros (cerca de R$ 380 milhões), o novo centro de armazenagem de dados da PT, em Covilhã (cidade portuguesa no pé da Serra da Estrela) tem capacidade para abrigar 12,5 mil servidores.
A Oi, por exemplo, suporta 2.500 em seu maior data center no Brasil, localizado em Brasília. O centro de dados será expandido e terá capacidade para 12 mil servidores em 2016.
Zeinal Bava disse que a inauguração do data center em Covilhã, o sexto maior do mundo, encerra um ciclo de "de transformação" na PT, iniciado em 2007. A empresa passou a ser, desde então, uma provedora de serviços de dados e entretenimento.
Agora, diz, será também uma exportadora de serviços de armazenamento de dados de outros países como o Brasil.
Há muito espaço, diz, para as operadoras avançarem em armazenamento de dados, dominados por empresas de TI. As teles têm apenas 10% desde mercado.
MIGRAÇÃO
Entre os clientes da Oi que migraram parte de seus servidores, estão Atento, Serasa, Suzano e a universidade Estácio de Sá. Todas vão dispor de serviços virtuais "nas nuvens", o que permite guardar um volume maior de dados.
"Cada vez mais o consumidor usa mais dados e menos voz, tendência que vai se acelerar", disse Bava.
Para o executivo, esse processo se dá também na Oi e a companhia vai trilhar um caminho semelhante ao da PT, ainda que tenha antes de solucionar alguns problemas.
Entre eles, afirma, está aumentar sua penetração na oferta de conexão à internet --o que passa por uma melhora do sistema de vendas.
FORTALEZA
Localizado numa cidade onde se avistam ruínas medievais, o data center da PT lembra uma fortaleza daquele período em alguns pontos.
A arquitetura moderna do prédio contrasta com um fosso que o separa de um grande espelho d"água, que rodeia o edifícios. Ambos foram instalados por questões de segurança.
O centro tem energia assegurada para abastecer uma cidade de 100 mil habitantes e usa na maior parte do ano um sistema de refrigeração dos computadores natural, com o ar da região mais fria de Portugal.
Ao lado do novo prédio, há espaço para mais três iguais --o que elevaria o investimento para a casa de 300 milhões de euros.
O jornalista viajou a Portugal à convite da Portugal Telecom.
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