Contas do setor público têm o primeiro resultado negativo para julho
As contas do setor público (União, Estados e municípios) registraram deficit de R$ 4,7 bilhões no mês passado, primeiro resultado negativo para meses de julho das estatísticas do Banco Central, informou a instituição nesta sexta-feira (29).
O número corresponde ao resultado primário, que é a diferente entre receitas e despesas não financeiras, ou seja, sem considerar o pagamento de juros da dívida.
Pela primeira vez nas estatísticas oficiais, que começam em dezembro de 2001, o setor público registrou três meses seguidos de resultados negativos, ou seja, com despesas acima do valor das receitas.
No mês passado, o governo federal, o Banco Central e o INSS –ou seja, o governo central– registraram déficit de R$ 1,9 bilhão pela contabilidade da autoridade monetária (na apuração do Tesouro Nacional, que usa outra metodologia, o rombo foi de R$ 2,2 bilhões ).
Os Estados, que vinham compensando neste ano os dados ruins da esfera federal, fecharam o mês no vermelho, com rombo de R$ 2,5 bilhões.
ARRECADAÇÃO
As contas do setor público têm sido afetadas este ano, entre outros motivos, pela queda na arrecadação provocada pelo recuo na atividade econômica. Mais cedo, o IBGE informou que a economia recuou 0,6% no segundo trimestre. O instituto também revisou para baixo o desempenho do primeiro trimestre, para queda de 0,2%, indicando, segundo analistas -embora o termo não haja consenso sobre o termo-, que o país entrou em recessão técnica.
No acumulado do ano até julho, as contas públicas ainda estão positivas em R$ 24,7 bilhões, o equivalente a 0,84% do PIB. Isso representa queda de 55% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado em 12 meses, o superavit primário está em 1,22% do PIB.
A meta para o ano é uma economia de R$ 99 bilhões.
O principal indicador de endividamento do setor público, a relação entre dívida líquida e PIB, subiu de 34,9% em junho para 35,1% em julho. Em dezembro do ano passado, estava em 33,6%.
A dívida bruta passou de 58,5% para 59% do PIB na comparação mensal. Estava em 56,7% no fim do ano passado. Entre os principais motivos para a elevação está o aumento das operações do BC com títulos públicos para retirar dinheiro do mercado.
O BC informou ainda que, pela primeira vez desde janeiro, registrou prejuízo nas suas operações com contratos de swap cambial, principais instrumento de intervenção no câmbio. A perda foi de R$ 2,6 bilhões no mês passado. No ano, a instituição acumula ganho de R$ 17,6 bilhões.
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