Grupo que inclui brasileiro aumenta oferta por Club Med, diz jornal
O consórcio Gaillon Invest II, chefiado pela chinesa Fosun e do qual faz parte a Docas Investimentos, do brasileiro Nelson Tanure, aumentou nesta segunda-feira (1°) a oferta pelo Club Méditerranée, de acordo com o jornal New York Times.
O valor do lance está acima do anunciado, em novembro, pelo principal rival, o investidor italiano Andrea Bonomi.
O Gaillon Invest II, também formado pelo fundo de private equity francês Ardian, ofereceu € 23,50 por ação (US$ 29,30). No total, a operação deve somar cerca de € 900 milhões de euros.
A nova oferta é 2,2% maior que a feita no mês passado pela Global Resorts, o consórcio liderado por Bonomi, feito em sociedade com a gestora brasileira GP Investimentos e o empresário sul-africano Sol Kerzner, que atua no setor hoteleiro.
De acordo com o "New York Times", a chegada de Tanure poderia ajudar a combater o argumento de Bonomi de que a proposta do grupo chinês Fosun focaria somente o mercado da Ásia, pois Tanure teria planos de ampliar a presença do Club Med na América do Sul.
Em entrevista, o líder da Gaillon Invest II, Jiannong Qian, disse que o consórcio está convencido de que a oferta é a única que possibilitará que o Club Med se torne líder mundial na indústria do turismo.
Qian ainda afirma que o grupo iria permanecer como parceiro do Club Méditerranée, a longo prazo, a fim de trabalhar juntos no desenvolvimento da empresa no "mercado de rápido crescimento", como China e Brasil, e reforçar o posicionamento em países maduros, como a França.
Yannis Contos - 13.dez.2008/Bloomberg | ||
Unidade do grupo de hotelaria francês Club Méditerranée em Grecolimano, na Grécia |
GUERRA
O grupo Global Resorts, liderado por Bonomi, tem lutado contra o consórcio chinês desde junho deste ano.
Além da questão de preço, as duas propostas trazem visões distintas sobre o posicionamento estratégico da rede.
O grupo ao qual Tanure está se associando mira um público-alvo mais endinheirado de países emergentes, enquanto os planos do investidor italiano são de tornar as diárias mais acessíveis e investir no mercado europeu.
O regulador do mercado francês, a AMF (na sigla em francês), disse em um comunicado que o consócio de Bonomi tem até o dia 17 de dezembro para responder à oferta.
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