Taxa de inflação do Brasil é a sexta maior do mundo
Com o IPCA alcançando 7,7% no mês passado, a taxa de inflação brasileira é atualmente a sexta mais alta do mundo (na comparação dos índices em 12 meses) e se destaca em um momento em que países ricos e até mesmo emergentes sofrem com o problema oposto: a deflação.
Em fevereiro do ano passado, com o IPCA a 5,7%, o país ocupava a 13ª posição, em uma lista de 75 economias.
Nesse período, foram deixados para trás países como Índia, Indonésia, África do Sul e até vizinhos como o Uruguai.
Porém, os uruguaios são quase uma exceção no cenário sul-americano, com desaceleração da inflação. A Venezuela (alta de 68,5% nos 12 meses até dezembro de 2014, dado mais recente) e a Argentina são os casos mais crônicos de inflação entre os mercados emergentes.
Chile e Colômbia, dois dos queridinhos dos investidores na região, tiveram aumento de, respectivamente, 1,5 e 2 pontos percentuais na suas taxas em um ano e, neste momento, estão acima do teto da meta da inflação –em ambos os casos de 4%.
Nos dois países, um dos motivos de pressão inflacionária é o declínio da moeda local, que torna mais cara a importação de produtos.
Além dos sul-americanos, Ucrânia e Rússia, em meio a um conflito que também fez suas moedas dispararem, se destacam. A inflação ucraniana saltou de 0,5% para 28,5%. Na Rússia, a taxa passou de 6,2% para 16,7%.
Esses países, no entanto, estão na contramão da economia global. Para 59 das 75 economias pesquisadas, a taxa atual está em um patamar inferior ao de um ano atrás.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Os exemplos mais contundentes estão na Ásia, com Paquistão, Vietnã e Sri Lanka. No entanto, nenhuma destas economias já enfrenta o problema da deflação.
Esse cenário de queda dos preços ao consumidor está mais claro na Europa, onde o BCE (Banco Central Europeu) inicia na semana que vem o seu programa de compra de títulos para tentar estimular a economia do bloco.
Além dos países da zona do euro, a deflação vem sendo sentida nos EUA, em Israel, na Tailândia e em Taiwan, por exemplo. Hoje 28 países têm deflação, ante quatro um ano atrás.
Uma das razões para essa disseminação da queda dos preços é o declínio na cotação internacional do petróleo, que tem derrubado o preço dos combustíveis e, com isso, o índice de inflação. Desde julho do ano passado, o preço do barril de petróleo caiu mais de 40%.
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