Vendas do comércio caem 0,3% em julho, diz IBGE
As vendas do comércio varejista no país recuaram 0,3% em julho em comparação com junho, divulgou o IBGE na manhã desta terça-feira (13). O resultado empatou o avanço de 0,3% verificado no mês anterior.
Na comparação de julho deste ano com igual período de 2015, a queda foi de 5,3%, o pior resultado para o mês nessa base comparativa desde 2001. O país acumula 16 meses seguidos de queda na comparação anual.
"O consumo tem relação direta com a renda do trabalhador e com a taxa de juros, que são dois fatores que vêm inibindo uma melhora das vendas por causa da conjuntura econômica do país", disse a técnica do IBGE Isabella Nunes.
No acumulado dos primeiros sete meses do ano, a queda foi ainda maior, de 6,7%. Já no período de 12 meses encerrados em julho, o recuo verificado foi de 6,8%.
Volume de vendas do varejo - Em %
O dado veio pouco pior que o centro de expectativas de analistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que estimavam queda de 0,2% no mês e recuo de 5% em relação a julho de 2015.
"As vendas no varejo se situam em patamares semelhantes a 2012, mostrando que perdas ainda não foram recuperadas. Somente uma melhora na massa de salários do trabalhador, aumento de empregos e melhora nos juros pode ajudar o setor", explicou.
Seis das oito atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram recuo na comparação mensal. Hipermercados, supermercados, bebidas e fumo tiveram queda de 0,3%, assim como combustíveis e lubrificantes, que respondem por 60% do indicador. Tecidos e artigos de vestuários tiveram queda de 5,6%.
As vendas de supermercados caíram em volume, mas subiram em receita —na comparação de julho com igual período do ano passado, a alta foi de 14,3%. Nunes explicou que o aumento decorre da inflação dos alimentos no período.
Como o supermercado vende produtos básicos e de primeira necessidade, mesmo em período de aperto no orçamento das famílias, há um consumo regular nesses locais. A alta nominal na receita, disse ela, se aproxima do índice de inflação dos alimentos no período.
Um exemplo de como a perda de renda afeta o consumo está no desempenho de móveis e eletrodomésticos, que, na comparação de junho com o mesmo período do ano passado, teve queda de 12,4%.
"Os móveis e eletrodomésticos, que têm dinâmica ligada à renda do trabalhador, foram os que mais recuaram e refletem a piora do mercado de trabalho e o aumento da taxa de juros", disse,
VAREJO AMPLIADO
As vendas do chamado varejo ampliado, que incluem também veículos e materiais de construção, recuaram 0,5% na base mensal. Já na comparação anual, a queda foi de 10,2%.
O resultado veio abaixo da expectativa dos analistas para a comparação mensal, de 0,8%, e acima da projeção para a variação anual, de 8,2%.
No acumulado dos sete meses do ano, houve recuo de 9,4% nas vendas. Já no período de 12 meses encerrados em julho, a queda foi de 10,3%.
Os materiais de construção puxaram a queda na comparação de julho com o mês imediatamente anterior, com recuo de vendas de 2,5%.
Já na comparação anual, as vendas de veículos tiveram queda de 20% e de material de construção, 12,6%.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 03/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +1,09% | 128.509 | (17h31) |
Dolar Com. | -0,83% | R$ 5,0697 | (17h00) |
Euro | -0,42% | R$ 5,4569 | (17h31) |