Embraer registra prejuízo líquido de R$ 111,4 milhões no 3º trimestre
A fabricante de aeronaves Embraer informou nesta segunda-feira (31) que teve prejuízo líquido de R$ 111,4 milhões no terceiro trimestre do ano, queda de 71,3% em relação à perda de R$ 387,7 milhões registrada no mesmo período de 2015.
O lucro ajustado foi de R$ 255,9 milhões no terceiro trimestre, praticamente em linha com o obtido um ano antes.
A companhia avisou ainda que seu investimento (Capex) de 2016 deve ficar abaixo do previsto, mas não deu detalhes.
A receita líquida subiu 18% na comparação com o mesmo período de 2015, para US$ 1,5 bilhão, puxada por forte entrega de jatos comerciais. A margem bruta da companhia subiu para 18,8%, ante 17,5% um ano antes.
A empresa cortou quase 8% de sua força de trabalho para reduzir US$ 200 milhões em despesas operacionais. A companhia também afirmou que baixas contábeis relativas ao valor de aviões usados de seu portfólio formaram a maior parte do aumento de US$ 47 milhões nas despesas operacionais.
A empresa se encontra mergulhada em um escândalo envolvendo a cobrança de propinas para facilitar a compra de aeronaves.
A Embraer registrou encargos adicionais no trimestre para cobrir acordos de US$ 206 milhões anunciados na semana passada com autoridades de Brasil e Estados Unidos para encerrar uma investigação de corrupção em que a empresa era acusada de suborno na venda de aviões a governos.
As autoridades concluíram que a empresa pagou propina em negociações feitas na Índia, Arábia Saudita, República Dominicana e Moçambique.
Além da punição financeira, a Embraer terá de adotar normas de "compliance" (medidas anticorrupção) e será fiscalizada por dois monitores externos, um brasileiro e outro norte-americano.
O acordo foi assinado entre a Embraer, o Departamento de Justiça dos EUA, a SEC (órgão que regula o mercado de capitais norte-americano), o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O valor é superior ao previsto inicialmente. Em junho, a Embraer divulgou que havia separado US$ 200 milhões para pagar multas decorrentes do processo.
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