Temer e Meirelles pedem que setor privado atue para tirar Brasil da crise
O presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fizeram um apelo nesta segunda-feira (21) para que o setor privado "faça propaganda positiva do governo" e tenha um "maior engajamento " para ajudar o país a sair da crise.
Durante discurso no encerramento da primeira parte da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado "conselhão, o presidente pediu que empresários e representantes de diversos setores defendam medidas impopulares propostas pelo governo federal, como as reformas trabalhista e previdenciária.
"Começo pelo tópico da comunicação, que realmente é fundamental, mas uma das coisas é que os senhores se comuniquem pelo governo. Os senhores podem divulgar o que está acontecendo no Brasil de maneira positiva", afirmou Temer.
Em discurso, o peemedebista criticou o que chamou de "contabilidade criativa" da gestão Dilma Rousseff e ressaltou que só será possível fazer o país crescer se o "ilusionismo" for substituído pela "lucidez". Segundo ele, a "gigantesca crise" é resultado da tentativa de "disfarçar a realidade".
Depois, pediu apoio para a aprovação do teto dos gastos públicos, que deve ser votado neste mês e em dezembro pelo Senado, e para a reforma previdenciária. Ele reconheceu que as mudanças na aposentadoria causam "muita angústia", mas prometeu reforma ampla e que será debatida com a sociedade civil.
Segundo ele, a iniciativa será enviada ao Congresso até o fim do ano e o ajuste fiscal só poderá ser feito efetivamente com a aprovação de mudanças nas atuais regras. Para ele, sem a reforma previdenciária, seria preciso "fechar as portas do país para balanço". "Se nós não tivermos coragem para fazer isso, não vale a pena estarmos aqui", disse.
Já o chefe da equipe econômica disse que, além de defender aprovação dessas medidas, empresários precisam auxiliar o governo a "realmente mudar o rumo" da economia.
O ministro afirmou que "serão necessárias medidas adicionais" para que o país saia da recessão no próximo ano, mas o programa de privatizações, concessões e outorgas, anunciado pelo governo com 34 novos projetos, será o reflexo do engajamento do setor privado.
Meirelles não detalhou as novas medidas e voltou a defender a aprovação da PEC que cria um teto para os gastos públicos, que deve ser votada no Senado em dezembro, e a reforma da Previdência como o ponto de partida para retomar o crescimento econômico do país e disse que é preciso ter "foco" em alguns pontos fundamentais, porque "atirar para todos os lados, como já vimos, não resolve o problema".
"É preciso ter foco na contenção permanente de despesas e aumento temporário da receita com, por exemplo, o programa de repatriação que foi feito recentemente e que pode ter mais uma fase aprovada pelo Congresso. [...] Foco na redução da dívida pública, na redução do papel do Estado e na competitividade", explicou.
Em sua rápida defesa sobre as duas principais bandeiras do governo, Meirelles chamou de "lúcida" a reforma previdenciária, que deve estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria, e disse que, ao contrário do que dizem os críticos ao projeto que limita os gastos públicos, a medida não vai prejudicar áreas estratégicas, como saúde e educação.
"É preciso estar melhor entendido e melhor comunicado que, de fato, temos um piso e que esse piso, de partida, é maior do que está previsto na Constituição hoje para a saúde, por exemplo. [A PEC do teto] garante sim as questões fundamentais de saúde e educação", disso o ministro.
CPMF
Temer fez mais uma crítica ao governo de sua antecessora, Dilma Rousseff, e afirmou que se a reunião do conselhão estivesse sendo feita "há nove ou dez meses", quando a petista estava na Presidência, o assunto seria a aprovação ou não de uma nova CPMF.
"Vocês perceberam que, no instante em que propusemos o teto para os gastos públicos, paramos de falar de CPMF?", disse Temer.
O ministro da Fazenda, por sua vez, diz que é preciso aprovar a PEC que limita o teto para os gastos públicos, além de outras reformas, como a da Previdência, antes de discutir a criação ou o aumento de impostos, mas não descarta totalmente a medida
REAÇÃO
Os integrantes do Conselhão elogiaram a fala de Temer, dizendo que o governo está no rumo certo ao buscar reequilibrar as contas públicas, mas pediram pressa para adotar medidas que destravem a economia.
"O governo está na direção correta, mas é preciso ter cuidado com o tempo das medidas", afirmou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para quem já existem as "condições estruturais" para uma queda da taxa de juros.
Na mesma linha, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, elogiou o governo por restabelecer a confiança no país, mas afirmou que "precisamos retomar o desenvolvimento", porque só assim "seremos capazes de solucionar os nossos problemas".
A economista Zeina Latif também cobrou "celeridade" do governo nas medidas para destravar o crescimento e garantir o ajuste fiscal.
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