Teles querem adiar fim da TV analógica em São Paulo
Jorge Araújo - 21.jul.2011/Folhapress | ||
Funcionário inspeciona transmissor de TV digital na cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG) |
Responsável pela campanha e pelo processo de digitalização de televisores, a empresa Seja Digital pediu ao governo o adiamento da data marcada para o desligamento do sinal analógico em São Paulo e a revisão do cronograma para 2016.
Na sexta-feira (16), a instituição enviou uma petição ao Ministério das Comunicações em que afirma ser inviável promover a conversão em 29 de março, como previsto.
Também solicita a revisão do cronograma em outras regiões do país -o processo deveria ser concluído até dezembro de 2018.
Na carta, a empresa argumenta que precisará de mais tempo devido a um atraso na encomenda dos equipamentos para a conversão, que ela distribui gratuitamente a beneficiários do Bolsa Família.
Segundo o texto, os critérios técnicos de cada conversor só foram decididos em agosto pelo grupo que reúne governo, emissoras de TVs e teles para tratar do tema.
Antônio Marteletto, diretor da Seja Digital, disse, na carta, que, devido a essa "tardia definição", o cumprimento do prazo ficou inviável.
Para um executivo de uma emissora de TV, o pedido coloca em xeque a capacidade da Seja Digital de levar adiante o processo, programado há dois anos. Para esse diretor, faltou planejamento.
Em 2016, a transição já aconteceu em Rio Verde (GO) e no DF. Em ambos os casos, a data precisou ser adiada, por não terem sido atingidos os patamares necessários ao desligamento. O governo estabeleceu que o "apagão" só pode acontecer caso 93% dos domicílios estejam capacitados a receber sinal digital.
Em São Paulo, estima-se que serão distribuídos 2,2 milhões de conversores. A compra é de responsabilidade pela Seja Digital, que gerencia a transição e é administrada por Vivo, Claro, TIM e Algar.
As teles venceram o edital para começar a operar a frequência antes utilizada pela TV analógica.
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Seja Digital confirma o envio da petição ao ministério. Disse, porém, não ter informações para responder de quem era a culpa pelo atraso no fornecimento dos conversores.
A reportagem não conseguiu contato com o Ministério das Comunicações até a conclusão desta edição.
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