Nestlé diz estar 'razoavelmente otimista' com cenário brasileiro
Em visita ao Brasil para anunciar um novo investimento da Nestlé no país, Laurent Freixe, vice-presidente global da companhia e chefe das operações da Nestlé no continente americano, diz estar otimista em relação à retomada da economia brasileira, mas realista de que vai levar alguma tempo.
O executivo diz acreditar que 2017 será melhor que o ano passado.
"Após dois anos de recessão no Brasil, alta na inflação e impacto no crescimento, estamos vendo estabilização na economia e alguma melhora na confiança do consumidor, estabilização na moeda e na inflação", diz Freixe.
Ele reconhece que ainda há incertezas na política, mas afirma que a operação brasileira não perdeu importância em relação aos outros mercados na região.
AFP | ||
Sede na Nestlé na Suíça |
"Não sou um analista político, mas vejo a situação mais estável, com a confiança voltando. É claro que ainda há um cenário nebuloso, assim como na economia e na política global, mas estamos razoavelmente otimistas, com cautela, em relação ao cenário brasileiro."
A Nestlé anuncia nesta quinta-feira (2) investimentos de R$ 270 milhões na inauguração de uma nova fábrica da marca Purina, de alimentos para animais, em Ribeirão Preto (SP), onde a companhia já tem outras instalações fabris há 44 anos.
A fábrica que já existia na cidade produzia apenas a linha seca de rações, mas a nova unidade passará a produzir alimentos úmidos para cães e gatos.
Segundo a Nestlé, a nova unidade vai gerar aproximadamente 80 novos postos diretos de trabalho e a expectativa é dobrar o consumo de alimentos úmidos para os animais de estimação no país.
Anderson Duarte, diretor-presidente da Nestlé Purina no Brasil, afirma que a categoria de alimentos úmidos para animais de estimação ainda tem baixa penetração no mercado brasileiro e, portanto, muito espaço para crescer, embora a crise tenha reduzido as taxas de crescimento neste setor nos últimos anos.
"A categoria, como todas as outras, sofre com um contexto econômico mais complexo, como o que o Brasil vem vivendo nos últimos três anos. Por outro lado, ela também é resiliente. Há uma desaceleração na taxa de crescimento nesse contexto de crise no país, mas a categoria seguiu crescendo em 2015 e 2016 e deve voltar a crescer dois dígitos em 2017", diz Duarte.
Apesar da desaceleração, Freixe afirma que a crise brasileira não tirou a importância do país em relação aos outros mercados onde a Nestlé opera.
"É verdade que a desvalorização do real traz um impacto, mas a maior parte das moedas na América Latina também se desvalorizaram. O peso do Brasil na região se manteve e ele permanece como o maior. O Brasil é o nosso quarto maior mercado no mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e França, apesar da desvalorização do real", diz Freixe.
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