Energia solar desce do telhado e ocupa espaço em ponto de ônibus
Vislumbrando um futuro no qual a produção de energia solar não esteja restrita a painéis de silício em telhados, a Sunew, empresa com sede em Belo Horizonte, criou a maior fábrica de filmes fotovoltaicos do mundo.
O chamado OPV (Organic PhotoVoltaic) é a terceira geração de painéis solares, feitos a partir de uma tinta orgânica capaz de transformar a luz do sol em elétrons.
TECNOLOGIA NACIONAL |
---|
Inteligência artificial renova a rotina e busca soluções para as cidades |
'Big data' ajuda a gerenciar trânsito e dá pistas sobre políticas públicas |
Babá da metrópole, rede detecta sons de tiros e acidentes e avisa a polícia |
Sensores deixam ruas amigáveis para idosos e pessoas com deficiência |
Software e sensores armam cidades contra prejuízo das enchentes |
O produto final é semelhante a um filme fotográfico: fino, leve, flexível e semitransparente. Pode ser colado no teto de pontos de ônibus, carros, galpões metálicos, tendas de estacionamento e até no guarda-sol.
"Para a energia solar realmente fazer parte da nossa vida e estar em todos os lugares, ela precisa ser mais facilmente integrada. Não pode ser algo para ficar só no telhado das casas", diz Marcos Maciel, CEO da Sunew.
A empresa quer criar um mercado a partir da versatilidade do OPV em incorporar-se à arquitetura das cidades. Enquanto o metro quadrado do painel de silício pesa até 25 kg e exige uma estrutura para suportá-lo, o OPV tem meio quilo. Para carregar o celular, por exemplo, são necessários 30 cm² do filme.
Em março, na zona norte de São Paulo, um prédio comercial entra em operação com fachadas revestidas pelo OPV. São 100 m² de painéis, inclusive formando o logotipo da firma. Outras parcerias estão em andamento.
A Sunew é capaz de produzir 400 mil metros quadrados de OPV por ano, em diferentes cores e formatos. O preço do m² chega a R$ 1.000 -40% mais caro que o silício. "Com maior volume de produção, vai ser a tecnologia mais barata", afirma Maciel.
Segundo ele, o gasto de energia para a produção do OPV é um décimo do empregado na do painel do silício.
PESQUISA
A Sunew foi criada em novembro de 2015 para produzir e comercializar o OPV a partir de pesquisa realizada pela CSEM Brasil, um centro de inovação fundado em 2007 que, apesar da marca suíça (Centro Suíço de Eletrônica e Microtécnica), tem capital 100% brasileiro.
Os recursos vieram do governo de Minas, por meio da Fapemig, e do BNDES, além de investimentos privados como o fundo Fir Capital, Votorantim e Fiat.
O trunfo da Sunew foi conseguir um processo de impressão dos painéis mais avançado e mais barato, modificando máquinas e tintas importadas. O método é impressão rolo a rolo, semelhante à indústria têxtil.
Enquanto o rolo de plástico percorre a máquina de impressão, a tinta é despejada. Para funcionar bem, a substância precisa ser aplicada uniformemente e em uma espessura que é específica -mil vezes mais fina do que um fio de cabelo.
A tinta, no entanto, é só a terceira camada a ser impressa. São cinco no total, necessárias para melhorar o fluxo de elétrons. Por fim, o filme é revestido com plástico, que garante ao painel sua vida útil: cerca de três anos numa capa de celular e sem data de expiração na fachada -conserva o tempo que durar o vidro do revestimento.
*
R$ 100 mi
foi o valor investido na pesquisa dos filmes fotovoltaicos, com retorno previsto para 2020
500 g
é quanto pesa um metro quadrado do filme, contra 25 kg da placa tradicional
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 26/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +1,67% | 126.732 | (16h07) |
Dolar Com. | -0,93% | R$ 5,1155 | (16h10) |
Euro | -1,26% | R$ 5,4711 | (16h01) |