Anvisa proíbe restaurantes de usar carne de 3 frigoríficos investigados
Edson Silva/Folhapress | ||
Funcionário em frigorífico em SP |
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou nesta terça-feira (28) a interdição cautelar de todos os produtos fabricados pelos frigoríficos Transmeat, Souza Ramos e Peccin, investigados na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
Com a interdição, bares, lanchonetes e restaurantes também ficam proibidos de usar as carnes dessas empresas por 90 dias. A medida também reforça a proibição à venda desses produtos no mercado.
Segundo a Anvisa, a medida é tomada de forma preventiva, até que análises laboratoriais sobre a segurança e qualidade desses produtos sejam concluídas —daí o prazo inicial de 90 dias.
Restaurantes que forem flagrados utilizando esses produtos podem ser sanções, como advertências e multa. As penalidades variam conforme a infração. Os valores das multas não foram especificados.
APÓS O RECALL
A interdição, pela Anvisa, da venda e uso dos produtos ocorre quatro dias após a Secretaria Nacional do Consumidor determinar que os frigoríficos Transmeat, Souza Ramos e Peccin fizessem um recall de todas as carnes vendidas por eles que estejam no mercado, "com o devido reembolso ao consumidor".
O recolhimento foi definido após uma força-tarefa do Ministério da Agricultura para fiscalizar 21 estabelecimentos citados na operação Carne Fraca encontrar irregularidades nessas três empresas.
No caso do Souza Ramos em Colombo (PR), o ministério informou ao órgão do consumidor que o local "não detém controle dos processos relacionados a formulação e rastreabilidade de seus produtos não garantindo a inocuidade dos produtos elaborados, fato que levou à interdição da mesma".
Já em relação ao Transmeat, de Balsa Nova (PR), a informação oficial foi de que "o estabelecimento não detém controle dos processos relacionados à rastreabilidade dos produtos". Sobre a Peccin, de Curitiba (PR), o ministério relatou que há "suspeita de risco à saúde pública ou adulteração" na produção.
Os três frigoríficos já haviam sido interditados pelo Ministério da Agricultura.
OUTRO LADO
Em nota divulgada em seu site, a Peccin Agro Industrial Ltda afirma que "tem amplo interesse" em contribuir com as investigações e que lamenta a "divulgação precipitada de inverdades sobre o seu sistema de produção, sendo que as informações repassadas ao grande público foram no afã de justificar os motivos da operação."
A Folha procurou os frigoríficos Souza Ramos e Transmeat, mas não recebeu resposta até o início da noite desta terça-feira.
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