Uber demite engenheiro suspeito de roubar dados de carros do Google
Eric Risberg - 13.dez.2016/Associated Press | ||
Anthony Levandowski, engenheiro da divisão de carros guiados que a Uber demitiu |
A Uber demitiu o principal engenheiro de sua divisão de carros autoguiados, Anthony Levandowski, em meio a uma disputa judicial de alto risco na qual a empresa está tentando provar que não roubou segredos comerciais da Waymo, a unidade de carros autoguiados da Alphabet (Google).
A decisão representa uma virada dramática na situação de Levandowski, a quem Travis Kalanick, o presidente-executivo da Uber, um dia definiu como "meu irmão postiço".
A Uber adquiriu a start-up criada por Levandowski, a Otto, por US$ 680 milhões, ainda que a empresa não tivesse receita e existisse havia apenas seis meses.
Como membro fundador da equipe de veículos autoguiados do Google, Levandowski é um dos mais importantes engenheiros no campo dos veículos autônomos e ganhou mais de US$ 120 milhões em bonificações em seus anos no Google.
Sua demissão representa a mais recente em uma série de perdas de executivos para a Uber, que está passando por uma sucessão de crises que variam de acusações de assédio sexual à exposição do programa "Greyball", que a empresa usava para escapar à atenção das autoridades regulatórias.
A companhia vai divulgar seu relatório sobre as acusações de assédio sexual nesta semana.
A Uber confirmou a demissão de Levandowski nesta terça-feira (30) e anunciou que Eric Meyhofer continuará a liderar seus esforços no campo dos carros autoguiados.
Quando Levandowski foi contratado pela Uber, no fim do ano passado, ele assumiu o comando dos esforços da empresa no ramo dos veículos autoguiados, um programa que Kalanick definiu como "existencial" para a sobrevivência em longo prazo da empresa.
No entanto, em fevereiro a Waymo abriu processo contra a Uber, acusando a empresa de roubar segredos comerciais.
Uma das peças centrais da acusação é a denúncia de que Levandowski teria baixado mais de 14 mil documentos da Waymo antes de deixar a empresa, um fato que seus advogados não contestam.
A Uber nega ter usado quaisquer dos segredos comerciais a que Levandowski supostamente teria acesso, mas enfrenta dificuldades para provar essa afirmação porque Levandowski não está cooperando com a investigação e se recusou a entregar provas como o seu laptop e hard drives pessoais.
Os advogados dele disseram que seu cliente reafirma o direito conferido pela quinta emenda à constituição dos Estados Unidos, que protege acusados contra autoincriminação, em resposta às solicitações judiciais de documentos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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