Meta da inflação será de 4,25% em 2019
Alan Marques/Folhapress | ||
Michel Temer com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) Dyogo Oliveira (Planejamento) |
Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) convenceram o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a reduzir a meta de inflação de 4,5% para 4,25% em 2019.
A revisão deverá ser anunciada na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) do próximo dia 29, como antecipou o jornal "Valor Econômico" nesta sexta-feira (16). Desde 2005, a meta é mantida em 4,5% ao ano.
O comitê é formado pelos dois ministros e pelo presidente do Banco Central. Cabe ao Ministério da Fazenda propor a meta da inflação de dois anos à frente.
As discussões sobre a mudança vinham sendo feitas há meses, e a equipe econômica sinalizava ao mercado que seria preciso reduzir a meta de inflação para conter a alta futura de juros -algo previsto para ocorrer com a retomada econômica.
A volta do consumo pressiona os preços para cima e, por consequência, as taxas de juros de mercado também sobem na expectativa de que o BC aumente os juros para conter a inflação.
Desde abril, a aposta central dos analistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus é de que a inflação de 2019 será de 4,25%.
Por isso, a equipe econômica considera que o momento é propício para baixar a meta de inflação.
O próprio presidente do Banco Central sinalizou em janeiro que a revisão da meta estava sendo discutida, o que foi confirmado por Meirelles.
No ano passado, a inflação fechou em 6,29%. A última vez que ela ficou abaixo de 4,25% foi em 2006 (3,14%), no fim do primeiro mandato do presidente Lula.
FUNDAMENTOS
Um dos fatores que contribuem para o corte da meta é que a inflação atual está em queda livre, devido à recessão e à redução dos preços dos alimentos.
Nos últimos 12 meses até maio, o IPCA (índice oficial de inflação) chegou a 3,4%. Há um ano, ele era de 9,3%.
Com o declínio acelerado, parte do governo chegou a defender que a meta de inflação pudesse cair já em 2018.
A iniciativa, no entanto, foi descartada por receio de frear a atual queda da taxa de juros. Atualmente em 10,25% ao ano, a previsão de analistas de mercado é que os juros básicos (Selic) cheguem ao fim do ano em 8,5%.
Outro fator que está sendo levado em conta pela equipe econômica são os efeitos de uma possível piora da crise política e seus efeitos sobre a economia.
Um abalo extra sobre o governo do presidente Michel Temer tem potencial de provocar uma alta do dólar e dos juros no mercado.
Porém, isso teria como efeito secundário um prolongamento da recessão, o que tenderia a empurrar ainda mais para baixo a inflação.
A projeção de economistas é que a inflação poderá romper o piso da meta (3%) ao longo de 2017.
Neste ano, a meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou baixo, e não mais de dois percentuais, como vigorou até o ano passado.
Com a queda da inflação atual e o risco de que ela recue ainda mais, não haveria motivos para não fazer um corte gradual da meta de inflação de 2019.
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