Previdência pode ser votada em novembro, diz presidente do Senado

Eunício Oliveira levantou a possibilidade caso a reforma não passe em fevereiro

Talita Fernandes
Brasília
Eunício Oliveira e o presidente Michel Temer em cerimônia no TSE
Eunício Oliveira e o presidente Michel Temer em cerimônia no TSE - Pedro Ladeira/Folhapress

Em café da manhã com jornalistas, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que se não for votada agora, a reforma da Previdência "pode sair em novembro".

O senador disse que o tema estará presente na disputa presidencial deste ano.

Eunício avalia que o governo errou na comunicação sobre a reforma inicialmente e que teria sido mais fácil de aprovar as mudanças no sistema de aposentadoria junto da reforma trabalhista.

Embora diga que não quer "enterrar a reforma da Previdência", ele pondera que o texto em discussão pode resultar em um projeto "defeituoso".

"Não vai ser uma catástrofe do ponto de vista da economia de futuro, cinco, seis anos", disse, ressaltando que mesmo se um projeto passar agora, o tema permanecerá na agenda do próximo presidente.

Questionado sobre prazos, Eunício disse que quando chegar no Senado, a reforma da Previdência não deve ir direto ao plenário, mas que o texto deverá ser apreciado no mínimo por uma comissão.

"Eu não estou defendendo que a reforma vá para novembro. Estou dizendo que se a Câmara não votar agora quem quer seja candidato [a presidente] vai para o debate [do tema]."

Questionado sobre as declarações de Eunício, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que isso dependerá da vontade do próximo presidente da República, que será escolhido em outubro.

"É uma questão do próximo presidente da República, não há possibilidade de eu pautar [a votação na Câmara] uma reforma da Previdência sem que ela seja uma agenda do próximo presidente", afirmou o deputado, ele próprio um dos pré-candidatos à sucessão de Michel Temer.

Maia afirmou, porém, ainda ter esperança de votação em fevereiro e voltou a defender mais flexibilizações na proposta encampada pelo governo.

O presidente da Câmara também defendeu mais uma vez a aprovação do projeto que estabelece parâmetros para a privatização da Eletrobras, afirmando que tentará votá-lo até abril.

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