Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Frutas de fora de SP só vão chegar três dias após fim dos bloqueios

Mamão, melão, melancia e manga vêm principalmente de outros estados

Funcionários da Ceagesp em São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress
Natália Portinari
São Paulo

O Ceagesp, entreposto de abastecimento de alimentos de São Paulo, relata que, nesta segunda-feira (28), recebeu apenas 10% do volume normal de produtos. O número vem se repetindo na última semana, enquanto dura a paralisação de caminhoneiros.

Produtos de fora de São Paulo, como manga e mamão da Bahia e do Espírito Santo, o melão do Rio Grande do Norte, a melancia de Goiás e a batata do Paraná não estão chegando, e devem demorar de dois a três dias para voltar a serem entregues após o fim dos bloqueios.

Os produtores de frutas e legumes deixaram de enviar seus caminhões devido às paralisações, já que não têm garantia de que vão chegar ao destino. A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) relatou que centenas de caminhões com perecíveis ficaram parados nas estradas na semana passada.

"Encontrei só um produtor nesta segunda que tinha trazido morango de fora do estado, de Extrema (MG)", diz Flávio Godas, economista do Ceagesp. "Ele disse que fez caminhos alternativos e conseguiu chegar, mas foi corajoso."

Os produtos do estado de São Paulo, que correspondem a mais de metade do que passa pelo Ceagesp, também não estão vindo, mas seu reabastecimento será mais rápido. Eles demoram no máximo um dia para chegar, segundo Godas.

No acumulado da semana, o volume vendido no Ceagesp caiu 46%. Os atacadistas deixaram de comercializar cerca de 29,4 mil toneladas.

"A produção proveniente do Cinturão Verde de São Paulo tem conseguido chegar até o ETSP, como folhas, pimentão, pepino, tomate, chuchu, etc.), trazidos por caminhos alternativos", diz nota do centro.

"Houve muita transferência de galpões de grandes atacadistas localizados nas proximidades da Ceagesp. Alguns produtos que permitem estocagem (maçã, pera, abóboras, frutos importados, etc.) ainda possuem oferta."

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