Temer anuncia uso de forças federais nas estradas e pede ação dos governadores

Presidente disse que uma 'minoria radical' está está prejudicando a população e será responsabilizada

O presidente da República, Michel Temer, durante declaração à imprensa nesta sexta (25), em Brasília
O presidente da República, Michel Temer, durante declaração à imprensa nesta sexta (25), em Brasília - Cesar Itiberê/PR/Divulgação
 
Natália Portinari Sarah Mota Resende Julio Wiziack
São Paulo e Brasília

O presidente Michel Temer fez um pronunciamento no início desta sexta-feira (25) para anunciar um plano de segurança para liberar as estradas parcialmente bloqueadas por caminhoneiros desde o começo da semana.

Ele disse que vai usar as forças federais e pediu que os governadores façam o mesmo. Segundo Temer, uma minoria radical está impedindo "que muitos caminhoneiros levem adiante seu desejo de atender a população e fazer seu trabalho".

O presidente disse que tomou a decisão já que a paralisação dos caminhoneiros continuou apesar do acordado, na noite desta quinta (24), com entidades representantes. 

"Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas. E solicitei aos senhores governadores que façam o mesmo", disse o presidente. "O governo terá coragem de exercer sua autoridade em defesa do povo brasileiro."

Segundo Temer, quem "age de maneira radical está prejudicando a população e será responsabilizado". "Vamos garantir a livre circulação, vamos garantir o abastecimento."​

A manhã desta sexta, quinto dia de paralisação de caminhoneiros, teve início com manifestações em 24 estados e no Distrito Federal, com mais de 500 focos de bloqueios parciais em estradas. 

 

REINTEGRAÇÃO DE POSSE 

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou, nesta sexta-feira (25), no Supremo Tribunal Federal (STF), com uma ação a reintegração de posse de todas as rodovias federais e estaduais, inclusive acostamentos, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora às entidades responsáveis.

Na ação, com pedido de liminar para o desbloqueio imediato das estradas, a AGU pede ainda que sejam suspensas decisões judiciais contrárias aos pleitos movidos pela União para garantir a livre circulação nas rodovias e a adoção de “todas providências cabíveis e necessárias”, inclusive com o uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), das polícias militares e da Força Nacional.

Em caso de descumprimento, a ação pede ainda multa de R$ 10 mil por dia para cada manifestante “por atos que culminem na indevida ocupação e interdição das vias públicas, inclusive acostamentos”.

A ação assinada pelo presidente Michel Temer e pela advogada-geral da União, ministra Grace Mendonça, foi distribuída ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

REFLEXOS DA PARALISAÇÃO

Por causa da paralisação dos caminhoneiros, aeroportos operam com restrição. Além do aeroporto de Brasília, outros dez administrados pela Infraero estão sem combustível nesta sexta-feira (25). São Eles: Carajás (PA), São José dos Campos (SP, Uberlândia (MG), Ilheus (BA), Palmas (TO), Recife (PE), Maceió (AL), Goiânia (GO), Juazeiro do Norte (CE) e Vitória (ES).

Outros seis aeroportos ainda têm combustível para operar ao longo do dia: João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Curitiba (PR), Joinville (SC), Campina Grande (PB) e Imperatriz (MA).

Os estoques de combustível estão normais nos aeroportos de Santos Dumont (RJ) e Guarulhos (SP).

A cidade de São Paulo decretou estado de emergência devido à falta de combustível. A frota de ônibus opera com 57% da capacidade para o horário, segundo a SPTrans.

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