Industriais americanos lançam coalização contra tarifas de Trump

Americans for Free Trade inclui grupos que representam algumas das maiores empresas do país

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Washington | Reuters

Mais de 60 grupos de industriais dos Estados Unidos se uniram para combater as tarifas comerciais do presidente Donald Trump. Após meses em uma guerra de bastidores contra as taxas, que cresceram muito além do que empresários imaginavam, os industriais formaram uma coalizão.

O surgimento do grupo, Americans for Free Trade (Norte-americanos pelo Livre Comércio), surge após Trump se acostumar ao uso de tarifas, implementando bilhões de dólares no esforço para usá-las como ameaça para ganhar concessões ou na crença de que elas criarão empregos nos EUA.

"Muitos outros grupos pensaram que isso não iria tão fundo, mas o efeito das tarifas finalmente fez com que todos dissessem: 'Chega, é o suficiente'", disse Nicole Vasilaros, lobista da Associação Nacional de Fabricantes Marítimos, cujos membros avaliam demitir trabalhadores após verem os custos subirem até 35%.

Trump impôs tarifas de 25% sobre bens chineses no valor de US$ 50 bilhões (R$ 207,75 bilhões), principalmente maquinário industrial e componentes eletrônicos intermediários, como chips.

Uma lista pendente de US$ 200 bilhões (R$ 831 bilhões) pode estender os impostos para bens de consumo, e a ameaça de mais US$ 267 bilhões (R$ 1,1 trilhão) cobriria basicamente todas as exportações chinesas para os EUA. A China ameaça retaliar, o que pode incluir ações contra empresas norte-americanas que operam no país.

A coalizão de negócios inclui grupos que representam algumas das maiores empresas do país. Entre elas, o Instituto Norte-Americano de Petróleo - que representa as maiores refinarias como a Exxon Mobil e a Chevron - e a Associação de Líderes da Indústria de Varejo, que representa empresas como Target e Autozone.

"Tem havido muito trabalho que vem acontecendo nos últimos oito meses para tentar convencer o presidente e a administração de que as tarifas não vão funcionar. Nossa visão é que não é tarde demais", disse Dean Garfield, presidente-executivo do Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação, cujos membros incluem Microsoft, Alphabet e Apple.

Poucos levaram a sério as ameaças de Trump durante a campanha, na qual ele ameaçava impor mais tarifas e acabar com a participação dos Estados Unidos na Parceria Transpacífico, um grande pacto comercial multinacional.

Trump demonstrou desde então que estava falando sério sobre as tarifas, aumentando os ataques à China, ameaçando as taxas de importação de carros e pressionando por um Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) mais favorável aos EUA, mesmo correndo o risco de acabar com o pacto.

Erramos: o texto foi alterado

A conversão para reais dos US$ 267 bilhões em produtos chineses que podem ser sobretaxados pelo governo americano estava incorreta em versão anterior deste texto.

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