Descrição de chapéu

Fascínio pela Ermenegildo Zegna resume imagem de poder e masculinidade

Sedução da marca foi construída em cima da herança masculina e clássica dos fundadores

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São Paulo

No universo dos poderosos, há duas unanimidades de estilo.

Aqueles que preferem o corte tradicional inglês vão de costumes Scabal, e o estruturado italiano, a Ermenegildo Zegna.

Os porquês poderiam ser explicados pela complexidade da produção, que envolve mais técnica do que telas modeladoras, ou os tecidos feitos com os fios de merino, vicunha ou cashmere.

Mas a sedução de ambas as marcas, principalmente a familiar Zegna, foi construída em cima da herança masculina e clássica dos fundadores, homens que empreenderam no mercado têxtil no início do século 20 e conseguiram manter o estilo intacto, enquanto a concorrência mudava ao sabor das tendências do pós-guerra.

 
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Desfile da coleção primavera/verão 2019 da Ermenegildo Zegna, em Milão - 15.jun.2018/AFP

Para não mofar, a marca aprimorou a tecnologia de tecidos e testou novas ideias na confecção de itens de couro e bases maleáveis.

A última invenção, um trançado de fitas de couro que de tão leve forrou tênis, o "tessuti", deve logo ir para as roupas.

A clientela de atores hollywoodianos e jogadores de futebol, do quarentão Tom Cruise ao vintão Kit Harrington, também ajudou a manter o interesse dos homens de diversas gerações.

Peças de arte, como um terno completo feito sob medida, que pode chegar a R$ 90.000 se for feito com a lã das ovelhas australianas da marca, também justificam o poder de fogo da grife comandada pela terceira geração Zegna.

Toda a família participa de alguma forma do negócio, seja na cabeça dos negócios, seja na fundação que leva o sobrenome grifado e está fincada no "Oásis Zegna", em Trivero, uma cadeia de montanhas onde se fia, tece e confecciona os ternos para o mundo.

Na moda masculina essa tradição não se compra com peças publicitárias.

Especialistas costumam dizer que homens preferem o detalhismo estético de uma peça bem cortada por mãos confiáveis a uma roupa feita em série.

Por isso soa como mudança radical o novo posicionamento da grife, que, com a volta do estilista Alessandro Sartori à direção criativa, pretende adicionar um viés esportivo às vitrines da marca.

Combinações de camiseta, paletó, jeans e tênis, por exemplo, eram inimagináveis até o fim dos 1990, e, mais uma vez, foi a marca que abriu espaço para a mudança no guarda-roupa do executivo a partir da ampliação da linha esportiva Z Zegna, no início da década.

A última coleção da marca principal, desfilada em Milão, em junho passado, marcou a inserção de jaquetas, shorts e cores iluminadas no repertório, mais um sinal de que entre a "alta sartoria" (como se chama a alfaiataria feita sob medida) e o fast fashion descartável há um universo de possibilidades que a grife deve explorar a partir de agora.

De perto, as roupas revelam o mesmo cuidado no acabamento, o mesmo apreço pelos tecidos nobres e o corte manual de alfaiataria, detalhes que possivelmente irão manter os olhos e o bolso dos milionários bem perto da marca 

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