Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Caixa planeja IPOs de 4 subsidiárias em SP e NY em até um ano

Unidade de loterias pode ser a primeira a ser listada para abertura de capital

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São Paulo | Reuters

O presidente-executivo da Caixa, Pedro Guimarães, quer acelerar as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) das unidades de seguros, de gestão de ativos, de loterias e de cartões do banco.

Falando em evento com investidores, Guimarães disse que deseja listar pelo menos duas dessas unidades neste ano e sugeriu que a de loterias seja a primeira.

As quatro subsidiárias podem ser listadas em até 12 meses, disse Guimarães, acrescentando que está considerando listagens duplas em São Paulo e Nova York.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, , durante cerimônia na qual tomou posse, em Brasília - EVARISTO SA -7.jan.2019/AFP

Nesta terça-feira (29), o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do governo Jair Bolsonaro, Salim Mattar, já havia afirmado que a atual gestão quer deixar apenas Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras de fora do rol de privatizações.

Em evento do banco Credit Suisse, em São Paulo ele afirmou que essas três empresas "deverão permanecer bem magrinhas". "Vamos vender todas as subsidiárias delas", disse Mattar.

Inicialmente, a Caixa listaria as empresas e venderia uma participação minoritária. 

"Não estamos considerando uma oferta de ações em que venderíamos uma participação controladora", disse Guimarães. A ideia é vender em torno de 30% das unidades, afirmou.

A Caixa avalia o melhor modelo para distribuir ações de suas subsidiárias para clientes de varejo, incluindo uma alocação específica para investidores individuais, acrescentou.

Guimarães disse que o governo já decidiu desinvestir o mais rapidamente possível de todas as participações detidas pela Caixa em empresas listadas, como a Petrobras.

Outras iniciativas para impulsionar o capital da Caixa, segundo Guimarães, são a potencial venda de edifícios que abrigam até 2.000 agências do banco para fundos de investimento imobiliários, que podem movimentar de R$ 2 bilhões a R$ 5 bilhões.

A Caixa também pode securitizar até R$ 100 bilhões de sua carteira hipotecária nos próximos quatro anos, disse ele.

Guimarães afirmou ainda que anunciará em breve uma securitização de parte de sua carteira de empréstimos corporativos.

Só depois que a reorganização na Caixa tiver obtido os primeiros resultados, uma listagem do banco será considerada.

"Mas essa é uma decisão a ser tomada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não eu", disse Guimarães.

As declarações de Guimarães confirmam os planos de enxugamento dos bancos estatais na gestão Bolsonaro. O novo governo tem o plano de buscar sócios no setor privados para as instituições.

Mattar, responsável pela desestatização e desinvestimento, também fez um anúncio importante nesta terça. 

Segundo ele, o governo Bolsonaro pretende vender todas as participações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), hoje sob responsabilidade do BNDESPar.

"Não há razão para o governo ter uma carteira de ações de empresas. Vamos vender essas empresas e abater dívidas. São R$ 110 bilhões em participação", disse o secretário, referindo-se a participação do BNDESPar em diferentes companhias, como Petrobras, Vale, Gerdau, JBS, etc.

Em 2018, o governo federal fechou com um rombo de R$ 120,3 bilhões nas contas públicas.

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