China sinaliza mais estímulo conforme desaceleração econômica se aprofunda

Governo vai acelerar projetos de investimento e emissão de títulos, disse primeiro-ministro

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Pequim | Reuters

A China sinalizou nesta terça-feira (15) mais medidas de estímulo no curto prazo uma vez que a guerra tarifária com os Estados Unidos pesou sobre seu setor comercial e levantou o risco de uma desaceleração econômica mais acentuada.

A segunda maior economia do mundo buscará alcançar "um bom início" de primeiro trimestre, afirmou em comunicado a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, indicando que o governo está pronto para conter a crescente pressão sobre o crescimento.

O primeiro-ministro, Li Keqiang, disse que a China alcançou suas metas econômicas de 2018 e busca um forte início de trimestre agora para estabelecer condições de atingir as metas deste ano, de acordo com a televisão estatal.

A China, segundo Lian, vai acelerar os projetos de investimento e a emissão de títulos do governo local, mas também não vai recorrer a "estímulos excessivos".

Inesperadas contrações na atividade comercial e industrial da China em dezembro provocaram especulações sobre se Pequim precisa adotar mais medidas de estímulo contundentes, embora a maioria dos analistas acredite que o governo deve evitar isso devido a preocupações de que pode aumentar os riscos da dívida e enfraquecer o iuan.

Em comunicado, o banco central disse que vai manter uma política monetária prudente com "uma medida apropriada de aperto e afrouxamento". A política monetária se tomará mais voltada para o futuro, flexível e direcionada, disse o Banco do Povo da China.

Mas uma política monetária prudente não significa que não haverá mudanças, ressaltou o vice-presidente do banco, Zhu Hexin.

Quando questionado se a autoridade deve reduzir os juros de referência, Zhu disse que as medidas existentes de política monetária precisam ser melhoradas.

"Com relação à questão dos cortes nos juros, as pessoas estão prestando mais atenção nisso. Nossa política monetária atual, incluindo a política geral —cortes de compulsórios e facilidades de empréstimos de médio prazo— nos ajuda a nos adaptarmos ao ambiente econômico e aos níveis de preços", disse Zhu.

"No geral, a política monetária está gradualmente tendo efeito sobre a economia. Devemos procurar melhorar nossas políticas existentes e fazer avaliações dinâmicas com base nisso", acrescentou.

Apesar das preocupações de que a contínua flexibilização monetária irá pressionar o iuan, as autoridades do banco central disseram estar confiantes de que a taxa de câmbio pode se manter estável.

"Nosso regime de taxa de câmbio é flutuante com base na oferta e na demanda do mercado. Temos confiança nesse aspecto considerando nossa economia e nossas reservas cambiais", disse o vice-presidente Zhu.

O crescimento da China desacelerou em 2018 com anos de campanha para reduzir a dívida e medidas de repressão a práticas arriscadas de empréstimo afetando a demanda doméstica. Conforme a guerra comercial com os EUA se intensificou no ano passado e atingiu as exportações, os mercados financeiros globais passaram a se preocupar com uma desaceleração mais acentuada da China, embora muitos analistas acreditem que um pouso forçado é improvável.

Pessoas com conhecimento no assunto disseram à agência Reuters na semana passada que Pequim planeja reduzir sua meta de crescimento para 6% a 6,5% este ano, após expectativa de 6,6% em 2018, ritmo mais lento em 28 anos.

Alguns analistas acreditam que a China pode adotar 2 trilhões de iuanes (US$ 296,21 bilhões) em cortes de impostos e taxas, e permitir que governos locais emitam outros 2 trilhões de iuanes em títulos especiais usados para financiar projetos. A maioria, entretanto, espera que leve meses para que os novos estímulos comecem a fazer efeito na economia.

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