Setor público consolidado tem déficit primário de R$ 108,3 bi em 2018

Resultado das contas públicas foi o melhor desde 2014, com folga em relação à meta de R$ 161,3 bi

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Brasília | Reuters

O setor público consolidado brasileiro encerrou 2018 com déficit primário de R$ 108,258 bilhões, melhor resultado das contas públicas desde 2014 e com larga folga em relação à meta.

O rombo anual, equivalente a 1,57% do PIB (Produto Interno Bruto), veio após um déficit primário de R$ 41,133 bilhões em dezembro, divulgou o Banco Central nesta quinta-feira (31).

Esse foi o quinto dado anual negativo seguido do setor público, mas com ampla margem em relação ao objetivo de R$ 161,3 bilhões estabelecida pelo governo como meta fiscal para 2018.

A sequência de dados no vermelho tem levado a um aumento acentuado da dívida pública, que prosseguiu no ano passado. O movimento tem como pano fundo o contínuo descasamento entre receitas e despesas, pressionado principalmente pelo peso dos gastos obrigatórios, como os ligados à Previdência e à folha de pessoal.

A dívida bruta subiu para 76,7% do PIB, ante 74,1% em 2017. Em 2013, último ano em que o resultado primário do governo foi superavitário, o patamar era de 51,5%.

A escalada seria ainda pior se o BNDES não tivesse feito o pagamento antecipado de 130 bilhões de reais ao Tesouro no ano passado, por empréstimos tomados no passado. Desde 2015, essa devolução já soma 310 bilhões de reais.

Nas contas do Tesouro, a dívida bruta subirá a 78,2% do PIB em 2019, seguindo em trajetória ascendente até 2022, a 80,6% do PIB.

Em contraste, a média dos países emergentes é de cerca de 50%.

Em relação à dívida líquida, o avanço em 2018 foi de 2,2 pontos percentuais, para 53,8% do PIB, informou o BC.

No ano, o resultado nominal, que engloba os gastos com os juros da dívida pública, alcançou R$ 487,442 bilhões, equivalente a 7,09% do PIB, abaixo dos 7,8% do PIB em 2017 e no melhor patamar desde 2014 (5,95%).

Notas de R$ 20
Fábricas de cédulas da Casa da Moeda, no Rio - Folhapress

DETALHAMENTO

No resultado consolidado do ano, o governo central (governo federal, BC e Previdência) teve um déficit de R$ 116,167 bilhões, enquanto estatais tiveram um superávit de R$ 4,417 bilhões e Estados e municípios um saldo positivo de R$ 3,492 bilhões, todos dentro dos limites estabelecidos em lei.

A meta era de déficit de R$ 159 bilhões para o governo central, negativa em R$ 3,5 bilhões para estatais federais e de superávit de R$ 1,2 bilhão para os governos regionais.

Mais cedo nesta semana, o Tesouro informou que o governo central havia terminado o ano com uma folga de quase R$ 40 bilhões em relação à meta, ajudado pela melhoria da arrecadação, por royalties do petróleo e pelo controle de despesas.

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