Sabatina de novo presidente do BC será dia 26, diz novo presidente da CAE

Roberto Campos Neto será inquirido por senadores de comissão comandada por Omar Aziz (PSD-AM)

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Brasília

Eleito por aclamação para a presidência da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), o senador Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta quarta-feira (13) que pretende realizar a sabatina do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no dia 26 de fevereiro.

Inicialmente, Aziz queria realizar a sabatina na próxima terça-feira (19), mas disse à Folha que a sessão aconteceria somente na outra semana porque "ainda não foram encaminhados os diretores pelo Planalto".

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária - Jefferson Rudy/Agência Senado

Dos dez diretores do BC, apenas dois devem ser trocados. Em dezembro, a equipe do presidente Jair Bolsonaro anunciou o economista Bruno Serra Fernandes para a Diretoria de Política Monetária e João Manoel Pinho de Mello para ocupar a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro.

Aziz disse que pretende sabatinar o presidente e os dois diretores na mesma sessão. O relator da sabatina de Campos Neto será o senador Eduardo Braga (MDB-PA), líder do MDB. Wellington Fagundes (PR-MT) será o relator de um dos diretores. O outro relator não está definido.

Se Roberto Campos Neto for aprovado na CAE e, em seguida, no plenário do Senado, já poderá presidir próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para os dias 19 e 20 de março.

"O que não podemos é criar instabilidade no mercado. A estabilidade vai ser dada com a boa relação entre o Legislativo e o Executivo. Esse é o primeiro papel que nós temos de cumprir aqui para que a gente possa retomar o crescimento", disse Aziz em entrevista após ser confirmado presidente da CAE.

Na última reunião, em 6 de fevereiro, o Copom manteve a Selic (taxa básica de juros) na mínima histórica de 6,5% ao ano. A sétima manutenção consecutiva da taxa foi definida por unanimidade.

Aziz foi indicado pelo PSD para presidir a CAE. Em acordo com os demais partidos, ele foi confirmado no cargo por aclamação.

Em entrevista, ele disse ter recebido o futuro presidente do BC e os dois futuros diretores nesta quarta-feira e que partiu deles o pedido para que a sabatina ocorresse no dia 26.

Ele afirmou que a CAE começará o ano deliberando sobre acordos comerciais que, se não forem apreciados até o dia 22, podem fazer o Brasil sofrer sanções internacionais.

Aziz disse que ainda não conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que pretende chamá-lo para um diálogo "no momento oportuno".

O presidente da comissão criticou a bateção de cabeça do governo no episódio da tributação sobre leite importado.

"O ministro Paulo Guedes tomou uma medida ontem de manhã e de noite foi desfeita. O equilíbrio, a credibilidade e a segurança jurídica brasileira tanto perante o investidor local quanto o internacional passa por medidas a serem tomadas. O ministro da Fazenda não pode fazer uma coisa de manhã e de tarde ser desfeita", criticou o senador.

Na semana passada, o governo, numa ideia que partiu do Ministério da Economia, decidiu acabar com a cobrança da chamada tarifa antidumping, uma sobretaxa para o leite em pó importado da Europa e da Nova Zelândia, que, válida desde 2001, encarecia o leite de fora e beneficiava produtores brasileiros. A medida foi alvo de críticas de produtores e de alerta do Ministério da Agricultura. Diante da polêmica, o Planalto estuda a retomada a taxação.

Sobre a reforma da Previdência, Aziz disse que a comissão realizará audiências públicas para discutir o assunto.

"A CAE tem a obrigação de fazer audiências públicas chamar os segmentos para discutir, para a gente ver o que é o melhor", declarou.

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