Um grupo de credores da Odebrecht pede uma injeção de capital e mais garantias para aceitar a reestruturação de dívida da companhia com prorrogação de quatro anos no vencimento de US$ 3 bilhões.
Na proposta de reestruturação divulgada nesta segunda-feira (4) pelos assessores do grupo credor, Rotschild e os escritórios de advocacia Davis Polk e Pinheiro Neto, os detentores de bônus da Odebrecht oferecem a extensão de quatro anos no vencimento e pagamento sem desconto sobre o valor de face dos títulos.
O grupo credor também exige uma injeção imediata de US$ 375 milhões pela holding Odebrecht SA na unidade de engenharia, que é garantidora dos títulos, e que ações da Braskem sejam entregues como garantia.
As negociações de dívida ocorrem em um momento em que a Odebrecht tem discutido uma fusão da Braskem com a europeia LyondellBasell.
Os credores afirmaram que também querem ser consultados antes de qualquer venda de ativos.
A proposta é radicalmente diferente da oferta que a Odebrecht fez aos credores durante reuniões anteriores, baseada em desconto de 70% no valor dos títulos, segundo informações apuradas pela Reuters.
O pedido de garantia de ações da Braskem cria um problema para a Odebrecht, que já colocou sua participação na petroquímica como garantia da dívida bancária do grupo com bancos brasileiros, como o Bradesco, que reúnem a maior parte do endividamento da empresa.
A Odebrecht afirmou que a proposta divulgada nesta segunda-feira "não tem sido objeto das discussões entre a companhia e seus o credores e não tem o apoio da companhia". A Odebrecht afirmou ainda que a "proposta divulgada não é viável", e que está finalizando uma proposta de reestruturação abrangente que atenderia "de forma adequada as necessidades da companhia no curto e no longo prazos".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.