Entre os jornalistas que cobrem Mercosul há tempos, o acordo entre o bloco e a União Europeia já tinha virado motivo de piada.
Nas seguidas cúpulas do bloco, era comum dizermos entre nós: “Aposto que vão falar que estão avançando com o acordo com a União Europeia”.
E não dava outra. Chanceler atrás de chanceler, presidente atrás de presidente, anunciavam “avanços” na tal negociação. Tenho uma colega que estava grávida quando mencionaram o acordo pela primeira vez.
Quando estávamos na correria de preparar os textos sobre o tratado fechado, no dia 29, ela nos lembrou de que o filho já está na faculdade.
Porém, é fato que se percebeu um maior engajamento quando assumiu, na chancelaria argentina, Susana Malcorra. Ela sempre enfatizava que os sinais positivos da Europa eram muito claros.
Nesses anos, o Brasil esteve em transição entre Dilma Rousseff e Michel Temer. Os chanceleres José Serra e Aloysio Nunes também passaram a mostrar mais entusiasmo.
A ansiedade da Argentina em provar que o mote de campanha de Mauricio Macri em 2015, o de “devolver a Argentina ao mundo”, foi sentida nas conversas com integrantes das equipes técnicas do país.
Na visita que Jair Bolsonaro fez a Macri, em junho, o assunto veio à tona com mais força. O ministro Paulo Guedes, pego de surpresa por jornalistas brasileiros nos corredores da Casa Rosada, não hesitou em dar uma data. Disse que o acordo sairia em três ou quatro semanas, ou seja, justamente na reunião de Bruxelas.
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