Sem conseguir vendê-la, Petrobras vai paralisar fábrica de fertilizantes no Paraná

Ação resultará na demissão de 396 funcionários

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São Paulo e Rio de Janeiro | Reuters

A Petrobras aprovou a hibernação da fábrica de fertilizantes de sua subsidiária Araucária Nitrogenados (ANSA) no Paraná, o que segundo a companhia resultará na demissão de 396 empregados da unidade.

A decisão vem após esforços da empresa para vender o ativo, que vem apresentando recorrentes prejuízos desde que foi adquirido, em 2013, disse a estatal em comunicado nesta terça-feira.

A unidade gerou perdas de cerca de R$ 250 milhões entre janeiro e setembro de 2019, enquanto previsões para 2020 indicavam que o resultado negativo poderia superar R$ 400 milhões, afirmou a Petrobras.

Logo da Petrobras aparece em verde sobre uma parede cinza
Unidade paralisada havia gerado perdas de cerca de R$ 250 milhões - Sergio Moraes - 16.out.2019/Reuters

"No contexto atual de mercado, a matéria-prima utilizada na fábrica (resíduo asfáltico) está mais cara do que seus produtos finais (amônia e ureia)", disse a empresa.

A Petrobras iniciou processo de desinvestimento da unidade há mais de dois anos, mas negociações com a companhia russa Acron Group foram encerradas sem a efetivação da venda, conforme divulgado ao mercado em novembro passado.

"A fábrica permanecerá hibernada em condições que garantam total segurança operacional e ambiental, além da integridade dos equipamentos", disse a companhia.

A decisão de hibernar a fábrica, ressaltou a Petrobras, está alinhada com o posicionamento estratégico de sair integralmente do negócio de fertilizantes.

A companhia tem atualmente seu foco voltado completamente para a exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas, em busca de maior retorno financeiro e melhora na alocação de capital.

DESLIGAMENTOS

A Petrobras informou que os empregados que serão desligados receberão, além das verbas rescisórias legais, um pacote adicional.

Dentre os benefícios propostos, estão um valor monetário de R$ 50 mil a R$ 200 mil, proporcional à remuneração e ao tempo trabalhado; manutenção de plano médico e odontológico, benefício farmácia e auxílio educacional por até 24 meses, além de uma assessoria especializada de recolocação profissional.

A empresa pontuou que a ANSA se reuniu nesta terça-feira com o sindicato para tratar do tema.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que a decisão da empresa de hibernar a fábrica surpreendeu os trabalhadores da unidade e que planeja abrir negociações com a diretoria da empresa para garantir direitos dos empregados.

Petrobras conclui venda de ativos na Nigéria por US$1,454 bi à Petrovida

A Petrobras informou nesta terça-feira que concluiu a venda de sua participação de 50% na joint venture holandesa Petrobras Oil & Gas (PO&GBV), que detém ativos na Nigéria, por US$ 1,454 bilhão.

A participação foi vendida para a Petrovida Holding, detida integralmente pela Africa Oil, empresa de capital aberto canadense de exploração e produção.

A transação, inicialmente de US$ 1,53 bilhão, teve o valor ajustado para refletir a incidência de juros sobre o preço da compra e a dedução da parcela da Petrobras do pagamento de taxas para aprovação da transação pelo governo Nigeriano.

Do montante total, a Petrobras recebeu US$ 1,03 bilhão na forma de dividendos pagos pela PO&GBV desde a data base da transação, no início de 2018, e outros US$ 276 milhões nesta terça-feira.

Outros US$ 123 milhões, sujeitos a atualização, serão pagos tão logo o processo de redeterminação do campo de Abgami seja implementado, e os US$ 25 milhões restantes, até 30 de junho.

Com a transação, a Petrobras encerra integralmente as suas atividades operacionais na África, afirmou a companhia.

A PO&GBV tem 8% de participação no bloco OML 127, onde está o campo produtor de Agbami, e 16% de participação no bloco OML 130, que contém os campos produtores de Akpo e de Egina. Em nenhum deles a joint venture é operadora.

A parcela da Petrobras na produção média de óleo em 2019 dos ativos da PO&GBV foi de cerca de 34 mil barris/dia.

A venda faz parte do plano bilionário de desinvestimentos de ativos da Petrobras, que busca focar investimentos em ativos de maior retorno, essencialmente de exploração e produção em águas profundas, e reduzir sua enorme dívida.

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