Descrição de chapéu Coronavírus

Comerciantes da Ceagesp afirmam que movimento caiu 60% após coronavírus

Delivery é uma das esperanças para os donos das bancas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O início da quarentena para tentar conter o surto do coronavírus teve um impacto no movimento da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Comerciantes do local afirmam que o as vendas caíram 60% na última semana.

Os dados oficiais serão divulgados pelo governo na próxima semana, mas segundo permissionários, nome dado aos donos dos boxes, a procura nessa semana foi caindo diariamente e teve seu pior dia nesta sexta-feira (20).

Cada um dos permissionários também está avaliando a necessidade de rodízio entre seus funcionários, mas a maioria só irá implantar a partir da próxima semana.

Alexsandra Carvalho de Souza, proprietária de um espaço que vende frutas no local há 28 anos, já deu férias para todos os seis funcionários e está tocando o negócio com o marido. Ela não descarta demissões depois de um período.

“Trabalhamos com restaurantes, bares, hotéis e motéis. Estamos abertos, mas não está tendo comercialização. Ninguém vai deixar de comprar um quilo de carne para comer fruta”, diz ela.

A percepção é a mesma para Sérgio Minakata, cuja família trabalha na Ceagesp desde a década de 1960. Além de um box de verduras dentro do local, ele possui um galpão ao lado da companhia onde comercializa hortifruti.

Minakata ainda não sabe se vai adotar o esquema de rodízio com os 33 funcionários, mas afirma que o movimento no galpão caiu 80% essa semana e no box mais de 50%. “Meus clientes eram hotéis e restaurantes, que estão fechados”, diz ele.

Também é o caso de Márcio Santos, dono de box há 18 anos. Ele também atendia restaurantes de shoppings e hotéis e estima uma queda de 60% no movimento nesta semana.

Ele tem ficado menos tempo com o box aberto. “Costumava atender até 18h, mas tenho fechado mais cedo. Todos os dias até umas 15h e nesta sexta fechei às 13h”, diz.

O delivery é uma das esperanças para os donos das bancas. “Mas ainda precisamos saber como vai ser”, diz Minakata.

As entregas, no entanto, não devem ter um impacto positivo para Alexsandra, que vende frutas. “O delivery não vai funcionar para a gente. Quem vai pedir suco ou salada de fruta ao comprar comida? Isso é consumido nos restaurantes”, afirma ela.

Segundo ela, a situação é de muita preocupação. “Tira o sono da gente. Nunca na história tivemos tanta dificuldade. Viemos de uma enchente [no dia 12 de fevereiro], depois veio o Carnaval, que cai o movimento todos os anos. Quando pensamos que teríamos um respiro, veio isso”, diz ela. E chora.

Com relação ao abastecimento, Santos foi o único que disse que diminuiu cerca de 25%. “Os caminhoneiros disseram que o pessoal que trabalha na roça também está em esquema de rodízio por causa do coronavírus. A batata subiu 120%”, afirmou.

Minakata e Alexsandra afirmam que segue normal. Ela diz, no entanto, que entre as frutas apenas laranja e limão tiveram alta de 15%. “Estão comprando mais por conta da vitamina C”, afirma ela.

“Provavelmente vai chegar a hora de parar. De abrir uma vez na semana. Não vai adiantar ficarmos aqui expostos ao vírus. Todo mundo tem que se adequar”, diz Alexsandra.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.