Cresce número de domicílios com acesso a rede de esgoto, diz IBGE

Segundo instituto, altas aconteceram nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

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Rio de Janeiro

Cresceu em 2019 o número de domicílios brasileiros com esgotamento sanitário ou fossa séptica ligada a rede no país. A alta se deu principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A informação é parte da pesquisa "Características gerais dos municípios e dos moradores", elaborada com base em dados da Pnad (Pesquisa nacional por amostra domiciliar), divulgada nesta quarta (6). A pesquisa mostra também aumento no acesso à coleta de lixo.

O IBGE estima que o Brasil tinha 72,4 milhões de domicílios em 2019, 2% a mais do que o número verificado no ano anterior. Em geral, houve pouca variação nas características e na posse de bens dessas residências entre um ano e outro.

Entre os serviços, o mais universalizado é o fornecimento de energia elétrica, que chega a 99,5% dos domicílios brasileiros. O abastecimento de água por rede geral de distribuição chega a 85,5% deles, mas quase 10% deste total não recebem água diariamente.

O total de domicílios ligados à rede de esgoto passou de 66,3% em 2018 para 68,3% em 2019. O IBGE, porém, não explica as causas do crescimento. Outros 12,6%, ou 9 milhões de domicílios, tinham como destino dos dejetos fossa rudimentar, vala, rio, lago ou mar ou outros formas de escoadouro.

O acesso a saneamento básico é um problema crônico no país, com potenciais efeitos na saúde principalmente das populações de mais baixa renda e é apontado como um dificultador no combate à pandemia do novo coronavírus.

O governo Jair Bolsonaro defende que a solução passa pela privatização de companhias estaduais de água e esgoto. O setor é um dos citados no plano Pró-Brasil, lançado pelo governo para tentar reativar a atividade econômica após a pandemia.

Os dados do IBGE mostram que a alta do acesso à rede de esgoto cresceu mais justamente na região com menor cobertura. Em 2019, o percentual de municípios nessa condição subiu de 21,8% em 2018 para 27,4% em 2019. No Centro-Oeste, onde também houve alta, a taxa passou de 55,6% para 60%.

"Regionalmente, a gente tem diferenças muito grandes [no acesso a saneamento]. Então é importante frisar essas diferenças", disse a gerente da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy. "Saneamento básico tem que analisar geograficamente."

Também houve alta na região Nordeste, de 44,6% para 47,2%. No Sudeste, onde a cobertura chega perto de 90%, a taxa permanece estável. Considerando os dados nacionais, entre 2016 e 2019, 3,7 milhões de domicílios foram conectados à rede de esgotamento sanitário.

Coleta de lixo

O serviço de coleta diária de lixo atende a 84,4% dos domicílios, contra 83% em 2018. Também nesse caso, os menores percentuais estão nas regiões Norte e Nordeste, com 72,4% e 70,8%, respectivamente. As duas regiões são as que mais moradores queimam o próprio lixo na propriedade.

A pesquisa avaliou também a posse de alguns bens nos domicílios. A geladeira é a que está presente em um maior número deles, o equivalente a 98,1% do total, número que vem se mantendo estável ao longo dos anos.

Apenas 66,1%, porém, têm máquina de lavar. O número representa crescimento sobre os anos anteriores, mas Beringuy ressalta que sua ausência traz sobrecarga maior para os moradores, principalmente mulheres, na execução das tarefas domésticas. A cobertura é bem menor nas regiões Norte (44,3%) e no Nordeste (37%).

Com relação a meios de transporte, 22,9% dos domicílios possuíam motocicleta e 49,2%, automóveis. Em 11,7% das residências, havia ambos.

Também não houve grande variação com relação à população residente nos domicílios brasileiros, embora as tendências de envelhecimento da população venham se mantendo. Em 2019, 10,8% dos residentes era pessoas acima de 65 anos, contra 8,8% em 2012.

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