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IBGE vê 'leve recuperação' do mercado de trabalho após reabertura

Melhora do emprego é vista como fundamental para reaquecer economia

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Rio de Janeiro

Apesar da alta taxa de desemprego ter permanecido em patamar elevado na segunda semana de agosto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vê "leve recuperação" do mercado de trabalho após o relaxamento das medidas de isolamento social no país.

A avaliação é baseado em aumentos, ainda que pequenos, na população ocupada e no número de pessoas que voltaram às ruas em busca de emprego, detectados pela pesquisa Pnad Covid, divulgada nesta sexta (4).

Na primeira nota sobre o tema, o instituto havia informado que 1,6 milhão de brasileiros voltaram a pressionar o mercado de trabalho no período. Depois, reduziu o número para 1 milhão e, por fim, corrigiu que não era possível afirmar que esse contingente estaria pressionando o mercado de trabalho.

A pesquisa concluiu, de fato, que caiu de 28,1 milhões para 27,1 milhões o número de pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procurou trabalho no período. O grupo dos que gostariam de trabalhar, mas não procuraram vaga devido à pandemia caiu de 18,3 milhões para 17,7 milhões.

Segundo o instituto, parte desse contingente pode ter conseguido uma ocupação com a reabertura da economia e parte, retornado à fila do emprego. Mas o país ainda tem cerca de 40 milhões de pessoas com vontade de trabalhar.

A percepção é reforçada pelo aumento na população ocupada, que subiu de 81,6 milhões para 82,1 milhões de pessoas entre a primeira e a segunda semana de agosto.

"Isso sugere, como já tínhamos observado na semana passada, uma leve retomada das atividades econômicas e da recuperação do emprego”, afirmou ela. A reversão da crise no mercado de trabalho é vista como fundamental para acelerar a recuperação do país após a pandemia.

Vieira citou ainda o dado de informalidade para reforçar a ideia de recuperação. Após um período de queda, o total de pessoas que estavam trabalhando dessa forma teve pequena alta, de 27,9 milhões para 28 milhões de pessoas. Os informais foram os mais atingidos pela crise.

A população fora da força de trabalho —aqueles que não trabalham nem procuram— também registrou leve melhora, passando de 76,1 milhões para 75,5 milhões de pessoas.

Com maior pressão daqueles que voltaram às ruas, a taxa de desemprego na segunda semana de agosto foi de 13,6%, ante 13,3% registrados na semana anterior. Isso significa que 12,9 milhões de brasileiros procuraram uma ocupação no período. Na semana anterior, foram 12,6 milhões.

A expectativa do mercado é que a taxa de desemprego cresça à medida em que as pessoas voltem às ruas em busca de vagas, já que o indicador considera apenas aqueles brasileiros que procuraram emprego na semana de referência da pesquisa.

A população ocupada não afastada do trabalho ficou em 75,1 milhões de pessoas na segunda semana de agosto, contra 74,7 milhões na semana anterior. Já se vê avanços com relação ao início de maio, quando a pesquisa começou a ser feita e o Brasil tinha 63,9 milhões de ocupados.

Cerca de 4,3 milhões estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social. Esse contingente ficou numericamente estável frente à semana anterior e é bem menor do que os 16,6 milhões da primeira semana de maio.

Entre os ocupados, 8,3 milhões trabalhavam remotamente, número estável frente à semana anterior (8,6 milhões).

Erramos: o texto foi alterado

Após a publicação da reportagem, o IBGE divulgou duas erratas sobre o material de divulgação da pesquisa. Segundo o instituto, o número de brasileiros que gostaria de trabalhar mas não procurou trabalho caiu em 1 milhão, e não em 1,6 milhão como divulgado anteriormente. Além disso, diz o IBGE, não é possível dizer que todo esse contingente passou a pressionar o mercado de trabalho, como indicava o título do material original. O texto foi corrigido.

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