Descrição de chapéu Financial Times Ásia

PIB da China cresce 1,3% no 2º trimestre, mas governo alerta para recuperação desequilibrada

Economistas previam crescimento de 1% a 1,2% em relação ao primeiro trimestre

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Edward White Sun Yu
Seul, Pequim e Singapura | Financial Times

O ritmo da recuperação econômica da China aumentou modestamente no segundo trimestre, depois que os sinais de lentidão na segunda maior economia do mundo alimentaram as expectativas de novas políticas de apoio.

Em uma base trimestral, o PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 1,3% no trimestre que terminou em junho, diante de uma expansão de 0,4% no trimestre anterior, disse o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) na quinta-feira (15). Economistas previam um crescimento trimestre a trimestre de 1% a 1,2%, segundo pesquisas da Bloomberg e Reuters.

O PIB do segundo trimestre foi 7,9% maior que no ano anterior, em comparação com o crescimento anual de 18,3% no primeiro trimestre.

O alto crescimento entre janeiro e março refletiu uma interrupção quase completa da atividade econômica no início de 2020, depois que a pandemia de Covid-19 surgiu na região central da China e forçou o governo a impor um bloqueio nacional.

A divulgação de dados estatísticos chega em um momento tenso para os planejadores econômicos da China, que tentam equilibrar estabilidade financeira com crescimento.

Liu Aihua, porta-voz do órgão oficial, disse a repórteres em Pequim que a economia continuou "se recuperando de forma constante", mas alertou sobre as perspectivas e disse que a recuperação é "desequilibrada". "Também devemos estar cientes de que o coronavírus continua sofrendo mutações globalmente e há muitas instabilidades e incertezas externas", disse ela.

Sinais de pressão negativa sobre a recuperação chinesa geraram especulações de que Pequim usará mais políticas de apoio para reforçar a confiança empresarial e o emprego e elevar os gastos. Mas qualquer afrouxamento semelhante ameaça minar as políticas adotadas para reduzir a alavancagem e enfrentar uma série de inadimplências de títulos no final do ano passado.

Esses problemas são especialmente graves entre as empresas estatais nas províncias do centro e do norte, gerando preocupações sobre a instabilidade do sistema financeiro.

A China, primeira grande economia a sair de um lockdown no ano passado, tem sido observada de perto por outras economias que lutam com recuperações frágeis e os efeitos da crise.

As exportações do país durante grande parte deste ano superaram as expectativas do mercado, impulsionadas pelo fato de os Estados Unidos e partes da Europa terem reduzido as medidas de distanciamento social e voltado ao crescimento. Mas a rápida disseminação da variante Delta do coronavírus lançou dúvidas sobre a demanda externa no segundo semestre.

Os industriais da Ásia também foram surpreendidos por aumentos bruscos de preços e restrições de oferta que atingiram importantes insumos industriais. Atrasos nas remessas e escassez de matéria-prima também geraram temores sobre interrupções.

Ainda assim, de acordo com o departamento de estatísticas, a produção industrial da China cresceu 8,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O investimento em ativos fixos, que acompanha os gastos em áreas cruciais como infraestrutura e imóveis, aumentou 12,6% em relação ao ano anterior no primeiro semestre de 2021.

O sentimento misto sobre o consumo interno na China também levantou algumas preocupações sobre a saúde do setor de serviços. As vendas no varejo aumentaram 12,1% em junho. Isso em comparação com 12,4% em maio e 17,7% em abril, mostraram os dados do governo, destacando a pressão contínua sobre os gastos do consumidor doméstico e uma recuperação econômica desigual.

A taxa de desemprego urbano foi de 5%, disse o DNE, contra 5,3% no final do primeiro trimestre. A taxa de desemprego para pessoas de 16 a 24 anos aumentou de 13,6% para 15,4%, destacando outro desafio importante para Pequim.

Colaboraram Xinning Liu em Pequim e Hudson Lockett em Hong Kong

Traduzido originalmente do inglês por Luiz Roberto M. Gonçalves

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