Poupança alta, Bolsa Família e isenção do IR vão bombar consumo para as eleições, diz Stuhlberger

Para o presidente e gestor da Verde, porém, movimento traz impactos negativos no longo prazo

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São Paulo

​O presidente e gestor da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, afirmou que o atual cenário econômico deve favorecer o consumo ao longo de 2022 –o que deve ser benéfico para o governo Bolsonaro no ano eleitoral– mas terá impactos negativos no longo prazo.

“A poupança alta, mais a possibilidade de um Bolsa Família turbinado e a pretensão de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda, de R$ 1.900 para R$ 2.500, vão bombar o consumo para as eleições”, afirmou o gestor em evento promovido pela Verde nesta quinta-feira (1º).

“É um cenário que favorece a economia brasileira, que vai fazer [a população] esquecer da pandemia e ter uma boa lembrança do presidente”, completou.

Luis Stuhlberger, presidente e gestor da Verde Asset Management
Luis Stuhlberger, presidente e gestor da Verde Asset Management - Anna Carolina Negri/Valor/Agênc

Segundo Stuhlberger, no entanto, caso o Congresso aprove uma reforma tributária que não seja neutra e que traga aumento no imposto pago pelas empresas, a tendência é que o investimento diminua no país.

“Diminuir o investimento para favorecer o consumo é ruim. Vai dar alegria no ano que vem, mas no longo prazo, não será bom”, disse.

O gestor também fez críticas à proposta da segunda parte da reforma tributária, entregue por Paulo Guedes (Economia) no final de junho. Para Stuhlberger o texto complica o sistema, é eleitoreiro e aumenta a carga tributária.

“Me admira muito o Guedes ter mandado um negócio desses. A verdade é que é um aumento boçal de carga tributária”, afirmou o gestor.

Stuhlberger afirmou que imposto sobre dividendos aumenta a carga dentro das companhias, que incorporadoras e construtoras serão muito afetadas e chamou de inadministrável a bitributação de fundos de investimentos.

“Pagar quando se tem o dividendo e, depois, o investidor tem que se compensar. Vai ficar um negócio maluco, eu não sei como se administra isso”, disse.

​​Dentre os méritos da reforma tributária, o gestor citou o combate à pejotização e a diminuição do imposto de renda.

“Tirando todos os exageros, ela [a reforma tributária] tem méritos. Mas de todas as coisas que estão aí, muita coisa vai mudar. Não vai passar no Congresso dessa forma, vai ter uma lógica melhor do que o que a gente tem hoje”, afirmou.

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