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Juros futuros caem com mercado menos estressado à espera da Selic

Taxa DI recua após salto com drible no teto de gastos; Bolsonaro chama mercado de 'nervosinho'

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José de Castro Eduardo Simões
SÃO PAULO | REUTERS

O mercado de renda fixa no Brasil operava com mais calma nesta quarta-feira (27), com as taxas de DI em firme queda depois de dias seguidos de rali, conforme investidores reavaliavam preços e aparavam cenários extremos antes da decisão do Copom de mais tarde.

O DI janeiro 2023 caía 0,15 ponto percentual, a 11,435%. Essa taxa vem de nove sessões consecutivas de alta após o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) revelar sua intenão de furar o teto de gastos no ano eleitoral de 2022. A taxa saiu de 9,05% e acumulou, no pior momento nesse período, salto de 2,75 pontos percentuais.

Bolsonaro, porém, voltou a chamar o mercado financeiro de "nervosinho" nesta quarta, ao ser questionado sobre as reações dos investidores à decisão do governo de mexer no teto de gastos para abrir espaço fiscal para um programa social.

Operador observa quaro com índices na Bolsa de Valores, em São Paulo - Amanda Perobelli - 25.jul.2019/Reuters

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, Bolsonaro disse que "qualquer negocinho" é suficiente para os agentes de mercado elevarem as taxas de juros a longo prazo.

"O mercado é um nervosinho. Um nervosinho. Qualquer negocinho aumenta a taxa de juros a longo prazo, perdeu mais de R$ 50 bilhões. É assim que acontece", disse o presidente ao programa.

Os contratos DI para 2023 têm reagido fortemente aos últimos acontecimentos na seara político-fiscal por concentrar as apostas do mercado para o rumo da taxa de juros entre hoje e o fim de 2022, intervalo para o qual investidores passaram a exigir mais prêmio de risco devido à deterioração das perspectivas para as contas públicas.

Nesse contexto, que piora o cenário para a inflação, várias instituições financeiras passaram a ver nos últimos dias Selic de dois dígitos no ano que vem, com algumas enxergando taxa acima de 11%.

O juro básico está atualmente em 6,25%, e na noite desta quarta-feira o Banco Central deverá anunciar novo aumento na taxa. A dúvida é em que magnitude.

A curva de DI embutia na tarde desta quarta acréscimo de 1,64 ponto percentual nas próximas horas, em linhas gerais, 56% de probabilidade de aumento de 1,75 ponto e 44% de elevação de 1,50 ponto.

A terça-feira (26) terminou com essa precificação acima de 1,80 ponto, ou seja, com pelo menos 20% de probabilidade de um salto de 2 pontos percentuais nos juros.

No mercado de opções digitais na B3, a aposta majoritária (53,1%) era de anúncio de uma Selic de 7,75% nesta noite, portanto, de alta de 1,50 ponto, com probabilidade um pouco maior do que a do fechamento da véspera (49%).

O segundo cenário mais provável é o de aumento de 2 pontos percentuais do juro (16% de chance), abaixo dos 23% da véspera. Elevações de 1,75 ponto e 1 ponto também estão entre as possibilidades consideradas por investidores nesse mercado.

Já os FRAs de swap DIxPré apontavam Selic perto de 10% ao ano ao longo de janeiro de 2022, com taxa acima dessa linha em fevereiro e chegando a superar 12% nos meses seguintes.

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