Descrição de chapéu Folhainvest Rússia

Bolsa recua com Covid e decisões de política monetária no radar

Novos surtos da doença na China e impacto da guerra na Ucrânia derrubam também o petróleo

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São Paulo

Mantendo a toada negativa da véspera, a Bolsa de Valores brasileira voltou a operar no campo contracionista nesta terça-feira (15), pressionada pelo temor dos investidores acerca de uma nova onda de infecções de coronavírus na China.

O desenrolar dos conflitos na Ucrânia provocados pela Rússia e os potenciais impactos macroeconômicos globais também seguem no radar dos agentes econômicos.

O Ibovespa, principal índice de ações do mercado local, recuou 0,88%, aos 108.959 pontos. No câmbio, o dólar encerrou em alta de 0,80% frente ao real, cotado a R$ 5,1580 para venda.

As ações do Magazine Luiza lideraram as perdas da sessão, com queda de 8,63%, a R$ 4,87, após a empresa ter reportado prejuízo ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021. Os números vieram abaixo do esperado por analistas.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que decide nesta quarta-feira (15) o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic, também aparece como um dos destaques no radar dos investidores. Para ex-diretores da autoridade monetária, uma alta de 1,5 ponto percentual, o que levaria a taxa de juros para 12,25% ao ano, não pode ser descartada.

Além disso, preocupações com a disseminação do coronavírus na Ásia contribuem para a maior aversão ao risco por parte dos investidores.

"Apesar dos dados de fevereiro [da economia da China] terem superado em muito as expectativas, cresce o receio com o futuro da economia chinesa frente ao salto do número de casos de Ômicron e consequente reintrodução de lockdowns em regiões populosas em função da política de "zero casos" de Pequim", aponta a equipe de análise da Guide Investimentos, em relatório.

homem idoso camisa verde em frente de painel eletrônico da Bolsa de Valores de São Paulo
Homem caminha em frente ao prédio da Bolsa de Valores brasileira, no centro de São Paulo - Rahel Patrasso - 22.dez.2021/Xinhua

Na esfera geopolítica, a expectativa do mercado é que esta terça marque o retorno das rodadas de negociações entre russos e ucranianos após parada técnica anunciada na segunda.

Apesar de sinalizações mais construtivas, novos ataques russos foram delatados pelas autoridades ucranianas de ontem para hoje, assinalam os analistas da Guide.

Além das incertezas sobre a guerra, as notícias sobre novos surtos de Covid-19 na China ajudam a derrubar o preço do petróleo, com a perspectiva dos investidores de que interrupções na cadeia de suprimentos possam esfriar a demanda global pelo petróleo.

Neste cenário, o barril da commodity voltou a operar abaixo da marca de US$ 100 (R$ 506,41). Após a queda de 5,12% na véspera, o preço do petróleo registrava baixa de 8,25% nesta terça, negociado a US$ 98,08 (R$ 503,22).

O movimento puxou para baixo as ações da Petrobras, que marcaram perdas próximas de 2% na B3.

O recuo no mercado internacional não deve representar, contudo, algum alívio para os preços dos combustíveis no Brasil.

"Apesar da forte queda nos últimos dias, basta lembrar que não faz pouco tempo este mesmo contrato do Brent era cotado a US$ 139 (R$ 703,90)", diz André Perfeito, economista-chefe da Necton, que não espera por recuos no preço da commodity no âmbito doméstico por conta do movimento mais recente. "Há ainda alguma diferença entre os preços domésticos e externos."

Nos Estados Unidos, em que os principais índices acionários fecharam em queda na sessão passada, o dia é de valorização dos papéis, em especial do setor de tecnologia.

O S&P 500 avançou 2,14%, enquanto o Nasdaq teve ganhos de 2,92% e o Dow Jones, de 1,82%.

A reunião do Federal Reserve (banco central dos EUA) nesta quarta-feira (16) e sinalizações da autoridade monetária sobre os planos para os juros americanos dividem com os conflitos no Leste Europeu as atenções dos investidores globais.

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