As bolsas europeias voltam a cair fortemente nesta terça-feira (1º), em meio a crescentes preocupações pela situação da economia mundial após o ataque russo à Ucrânia e às sanções impostas a Moscou.
O petróleo voltou a ser negociado acima dos 100 dólares por barril, nesta terça-feira, à medida que os mercados se debatem contra a grande incerteza causada pela invasão russa da Ucrânia, enquanto o rublo recupera de um conjunto de sanções impostas pelo Ocidente. Nesta terça, a empresa TotalEnergies anunciou que não vai mais financiar projetos na Rússia, seguindo movimentos da Shell, BP e da norueguesa Equinor para sair de posições no país rico em energia.
Os mercados bolsistas russos permaneceram suspensos e algumas plataformas de negociação de obrigações já não mostravam os preços.
Por volta das 6h25, horário de Brasília, o índice DAX, principal da Bolsa de Frankfurt, caía 2,03%, enquanto o CAC de Paris perdia 1,77%. O índice de Milão sofria queda de 1,41%, e o de Londres, de 0,36%.
As bolsas da Ásia, por sua vez, fecharam em alta. Tóquio subiu 1,20%, Hong Kong, 0,21%, e Xangai, 0,77%.
"Os índices europeus continuam sob pressão por causa da guerra", comentou o analista Ipek Ozkardeskaya, de SwissQuote.
Nesta segunda (28), os mercados europeus terminaram no vermelho: Paris e Milão perderam, 1,39% cada, Frankfurt, 0,73%, e Londres, 0,42%. En Madrid, a queda foi mais leve, de 0,09%.
A Bolsa de Nova York, que abriu em baixa, terminou mista considerando o impacto das severas sanções financeiras do Ocidente à Rússia. O índice de ações americanas S&P 500 recuou 0,24% na segunda-feira, enquanto o Dow Jones teve desvalorização de 0,49%, com a venda de papéis de investidores, que procuravam reduzir o risco provocado pelo início da guerra financeira do Ocidente contra a Rússia. Já o índice Nasdaq, de empresas de tecnologia, fechou em alta de 0,41%.
Na segunda, o banco central russo mais que dobrou sua taxa de juros, que passou a 20%, depois que a cotação do rublo despencou por causa das sanções econômicas.
O barril do tipo Brent, petróleo de referência na Europa, disparou mais de 5%. Os investidores temem rupturas no fornecimento russo de energia após as várias sanções ocidentais contra Moscou. Perto das 9h, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em maio subia 5,01%, a US$ 102,88.
Os preços do trigo também dispararam na segunda, e teriam subido ainda mais se não fosse o limite estabelecido pelo mercado de Chicago. A Ucrânia está entre os dez maiores exportadores da commodity.
A negociação da variedade de inverno SRW (Soft Red Winter Wheat) com vencimento em maio terminou em uma alta de 8,63%, a US$ 9,34 por bushel (27 kg) nos Estados Unidos. Na Europa, o grão bateu um novo recorde na mesma semana após ser cotado em 322,50 euros por tonelada.
O pregão da Bolsa brasileira voltará apenas na quarta-feira (2), às 13h, devido ao Carnaval.
Sanções econômicas à Rússia e as reações do mercado
- Rússia é excluída do sistema financeiro mundial
- Países congelam reservas internacionais do banco central russo
- Títulos do governo russo se desvalorizam; investidores veem possível calote
- Russos estão correndo para caixas e agências em busca de dinheiro
- Negociações foram suspensas na Bolsa de Valores de Moscou
- Papéis de empresas russas negociados em outros mercados desabam
- Rússia dobra taxa de juros, e o rublo desaba com guerra econômica
- País proíbe transferir dinheiro para o exterior a partir desta terça
- Exportadores serão obrigados a converter em rublos 80% da receita
- Maior fundo de investimento do planeta vai vender ativos russos
- O grupo de energia britânico BP vai vender participação em petroleira russa
- Shell também anuncia que deixará o pais
- Volvo suspende exportações para a Rússia
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