A companhia sueca de telecomunicações Ericsson, seu CEO e seu vice-presidente de finanças estão sendo acusados em um processo judicial coletivo nos Estados Unidos de iludir investidores sobre as transações da empresa no Iraque, de acordo com uma petição apresentada a um tribunal de Nova York na sexta-feira (4).
A Ericsson tem posição central em um escândalo sobre possíveis pagamentos ao Estado Islâmico, no Iraque. Na quarta-feira (2), o Departamento da Justiça dos Estados Unidos informou que a empresa havia violado um acordo de 2019, que postergou um processo contra ela, por não ter revelado detalhes sobre suas operações no Iraque.
A petição, apresentada pelo escritório de advocacia Pomerantz ao tribunal distrital do distrito leste de Nova York, afirma que a Ericsson entre outras coisas iludiu investidores ao exagerar em suas declarações quanto à eliminação do uso de propinas.
Um porta-voz da Ericsson não foi localizado de imediato para comentar, mas a empresa afirmou em um breve comunicado que ela "e alguns de seus dirigentes" haviam sido acusados em conexão com "declarações supostamente falsas e enganosas" relativas ao Iraque.
Sob as condições do acordo assinado em 2019, a Ericsson pagou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) para resolver uma série de acusações de corrupção, envolvendo propinas na China, Vietnã e Djibuti, e concordou em cooperar com o Departamento da Justiça em outras investigações.
A Ericsson perdeu quase um terço de seu valor de mercado desde que informações sobre as supostas propinas surgiram na mídia, em fevereiro.
A empresa afirmou que uma investigação interna, encerrada em 2019 mas só revelada publicamente no mês passado, depois que a mídia começou a investigar o assunto, haviam identificado pagamentos feitos para contornar a alfândega iraquiana, em um período no qual organizações militantes, entre as quais o Estado Islâmico, controlavam algumas rotas.
Tradução de Paulo Migliacci
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