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Delegados da PF pedem renúncia de ministro da Justiça e prometem paralisações por reajuste

Ações são respostas ao governo por sinalizar reajuste linear de 5% a todas categorias e inviabilizar reestruturação das carreiras de segurança

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Brasília

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) decidiu, em assembleia dos seus associados, pedir a renúncia do ministro da Justiça, Anderson Torres, após o governo de Jair Bolsonaro não cumprir promessa de reajuste e reestruturação das carreiras federais de segurança.

Os delegados também prometem paralisações parciais e progressivas, cujas datas ainda serão definidas, e a associação liberou seus associados para que entreguem cargos de chefia ou se neguem a aceitar novas lotações.

As medidas aprovadas na assembleia realizada na segunda (2) e terça (3) são mais um capítulo da crise entre os policiais federais e o governo Bolsonaro.

"É importante destacar que a segurança pública foi a maior bandeira de campanha do governo Bolsonaro e o destacado trabalho das forças de segurança vem sendo utilizado, indevidamente, pelo presidente como instrumento de marketing para a sua reeleição", diz a ADPF, em nota divulgada nesta manhã.

Ato de policiais federais em frente ao novo prédio da PF cobra reestruturação da carreira prometida por Jair Bolsonaro
Ato de policiais federais em frente ao novo prédio da PF cobra reestruturação da carreira prometida por Jair Bolsonaro - Gabriela Bilo/Folhapress

"Foram aprovadas, ainda, ações de mobilização e conscientização da população durante as atividades administrativas, como controle imigratório, de armas, de produtos químicos e segurança privada, realizadas pela PF", informa a associação.

Os policiais criticam o reiterado descumprimento das promessas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.

No ano passado, o presidente chegou a prometer que faria a reestruturação da PF e R$ 1,7 bilhão foi reservado no Orçamento.

Como mostrou a Folha, os policiais federais têm subido o tom das críticas ao governo Jair Bolsonaro após o governo sinalizar a concessão de aumento de 5% a todas carreiras federais, o que descartaria a reestruturação prometida às categorias federais da segurança pública.

Desde que o aumento começou a ser noticiado e não foi desmentido pelo governo, as entidades representativas dos delegados, peritos e agentes federais passaram a se reunir para debater qual será a resposta a ser dada.

Além da reestruturação, os policiais citam as perdas com o aumento da alíquota de contribuição criado pela reforma da Previdência e a PEC Emergencial, aprovada em março de 2021 com apoio da base do governo, que prevê um gatilho para congelamento de salário e proibição de progressão na carreira e novas contratações sempre que houver decretação de estado de calamidade ou quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes alcançar 95%.

​Em todos os casos, afirmam os policiais, havia a promessa do governo de deixar os policiais de fora e, na última hora, o acordo não foi cumprido.

Os policiais lembram que, além das promessas de Bolsonaro, no dia 28 de março, o ministro Anderson Torres garantiu em uma reunião com as entidades que a reestruturação seria realizada.

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