Empresário desiste de comprar companhia aérea da Itapemirim

Administradora judicial diz que assembleia de credores está agendada para a próxima semana

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São Paulo

O empresário brasiliense do ramo imobiliário Galeb Baufaker Júnior, do Gbaufaker Group, desistiu de comprar a companhia aérea da Itapemirim, a ITA Transportes Aéreos, após a Justiça ter bloqueado os bens de Sidnei Piva de Jesus, do Grupo Itapemirim, de todas as empresas abertas por ele desde 2016 e das contas da sua esposa, Silvana dos Santos Silva. Baufaker Júnior afirma que sua decisão final vai ocorrer após a assembleia de credores, que está prevista para a próxima terça (10).

O motivo alegado na documentação do processo aponta as incertezas jurídicas. O empresário brasiliense disse, no entanto, que pode voltar a conversar sobre o negócio num outro momento.

Anteriormente, Baufaker Junior disse que colocaria até R$ 400 milhões para reativar a empresa, cuja dívida com credores, clientes e funcionários chega a R$ 180 milhões e que tem seu certificado de operador aéreo suspenso pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Avião da Itapemirim
Avião da Ita, companhia área do Grupo Itapemirim, que está em recuperação judicial - Divulgação

A venda havia sido anunciada pelo presidente da ITA, Adalberto Bogsan, em comunicado aos funcionários da empresa no dia 13 de abril, e estava sendo questionada na Justiça pela EXM Partners, que administra o processo de recuperação judicial do Grupo Itapemirim.

Segundo a EXM Partners, a transação não passou pelo juiz da recuperação judicial, o que contraria a lei. Na petição, a administradora judicial solicitou informações sobre os valores da venda, incluindo quanto será direcionado à Itapemirim e quando, além de a apresentação, em juízo, de cópia do contrato de venda da ITA. O escritório que representa a EXM Partners, Mandel Advocacia afirma que, até o momento, os pedidos não foram atendidos.

O Grupo Itapemirim anunciou a suspensão das operações da ITA no final de 2021, e pegou passageiros de surpresa em aeroportos. Estimativa do Procon-SP informa que a suspensão causou prejuízos a cerca de 130 mil passageiros. O grupo está em recuperação judicial desde 2016 e com dívidas tributárias estimadas em quase R$ 2 bilhões​.

No início deste ano, a ANAC proibiu a ITA de voltar a vender passagens aéreas até que a empresa demonstre que cumpriu todas as ações corretivas para quem foi afetado pela suspensão de suas atividades, como reacomodação e reembolso integral do bilhete aéreo.

No mês passado, A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) anunciou a suspensão de todas as linhas de ônibus da Viação Itapemirim "em virtude de dificuldades operacionais do transporte rodoviário de passageiros da empresa".

Colaborou ​Aeroin

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