Como investir na Eletrobras pelo FGTS, acordo bilionário no setor de energia e o que importa no mercado

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Vale a pena usar parte dos recursos das contas do FGTS para comprar ações da Eletrobras em seu processo de privatização?

Embora o histórico das ofertas semelhantes de Vale e Petrobras pese a favor da renda variável, os analistas se dividem quanto ao uso daquilo que funciona como uma reserva de emergência do trabalhador.

Como vai funcionar: a reserva de ações acontece de 3 a 8 de junho. Os interessados poderão investir até o limite de 50% do saldo. Existem mais de 20 fundos de bancos e corretoras com diferentes taxas e valores de aplicações mínimas.

  • O trabalhador consegue fazer tudo pelo aplicativo FGTS: consultar os recursos disponíveis, autorizar a administradora a consultar o saldo e pedir a reserva/débito para aplicação em Fundo Mútuo de Privatização.
  • As taxas de administração vão de zero até 0,8% ao ano e são um fator decisivo para a escolha. Confira aqui as diferentes opções.

Em números: os depósitos no FGTS são corrigidos pela TR (Taxa Referencial, perto de zero) mais juros de 3% ao ano. Há ainda a distribuição de parte do lucro do fundo. Em 2019 e 2020, o rendimento ficou em torno de 4,9%.

  • Os que investiram em ações da Petrobras com recursos do FGTS no ano de 2000 tiveram um retorno de cerca de 1.153%, contra 185% do FGTS, e 289% do IPCA até o dia 24 de maio de 2022.
  • No caso dos papéis da Vale, a valorização de 28 de março de 2002 a 24 de maio de 2022 foi de 3.900%, ante 156% do fundo de garantia e 247% da inflação. A análise é da Genial Investimentos.

Os argumentos sobre usar ou não o FGTS para participar da oferta da Eletrobras:

  • A favor: Bruce Barbosa, sócio da Nord Research, avalia que o potencial de valorização da Eletrobras após ser privatizada é mais atrativo do que a rentabilidade do fundo. Ele recomenda, porém, que o investimento não deve ser maior que 10% do saldo disponível.
  • Contra: Flávio Conde, chefe de análise de renda variável da Levante Investimentos, afirma que os papéis já se valorizaram diante da perspectiva de privatização e que é mais prudente que o investidor mantenha os recursos garantidos no FGTS.

Eneva compra Celse por R$ 6,1 bi

A companhia de energia Eneva anunciou na terça (31) a compra da Celse, uma das maiores usinas termelétricas a gás da América Latina, por R$ 6,1 bilhões.

O acordo prevê a aquisição de 100% das ações da Celsepar (Centrais Elétricas de Sergipe Participações) e que a Eneva assumirá as dívidas de R$ 4,1 bilhões da Celse, totalizando o negócio em R$ 10,2 bilhões.

Quem é quem:

Eneva: é a maior operadora privada de gás natural do Brasil. A empresa tem um parque de geração termelétrica com 2,2 GW (gigawatt) de capacidade instalada e prevê chegar a 3,1 GW até 2026.

  • Com atuação focada nas regiões Norte e Nordeste do país, tem um modelo que integra desde a exploração do gás natural até a comercialização da energia gerada.

Celse: tem um parque de usina termelétrica a gás com 1,59 gigawatt (GW) de capacidade instalada.

  • Voltada ao mercado regulado (que abastece residências e boa parte das empresas menores), tem contratos válidos até dezembro de 2044, com receita fixa anual de R$ 1,9 bilhão.

A estratégia: com a aquisição, a Eneva cria um "hub" de gás na costa brasileira e amplia seu portfólio, que já havia sido reforçado no fim do ano passado, com a compra da Focus Energia, de geração renovável, por R$ 715 milhões.


Braço direito de Zuckerberg de saída

Sheryl Sandberg, diretora de operações da Meta e braço direito de Mark Zuckerberg na companhia, anunciou que deixará a empresa após 14 anos no cargo.

Seu substituto será Javier Olivan, que já gerenciou Instagram, WhatsApp e Facebook. A executiva disse que planeja continuar no conselho de administração da big tech.

Quem é a executiva: ela era a cabeça por trás dos negócios e foi responsável por desenvolver o segmento de publicidade da empresa, que a tornou na gigante que é hoje.

  • Sandberg também foi considerada a "adulta na sala" no início do Facebook e ajudou a rentabilizar as operações da rede social, passo essencial para conseguir credibilidade diante de investidores.
Diretora de operações da Meta, Sheryl Sandberg caminha ao lado de Mark Zuckerberg na conferência de Sun Valley, em Idaho, EUA
Diretora de operações da Meta, Sheryl Sandberg caminha ao lado de Mark Zuckerberg na conferência de Sun Valley, em Idaho, EUA - Kevin Dietsch - 08.jul.2021/Getty Images/AFP

Saída longe do auge: a executiva começou a perder parte de sua influência a partir das eleições americanas de 2016, quando o Facebook foi acusado de fomentar a polarização e espalhar desinformação. Ela era responsável pela equipe de política e segurança na época.

  • Segundo o Wall Street Journal, Zuckerberg a responsabilizou pelo escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, aquela empresa de consultoria envolvida na campanha de Donald Trump e que obteve acesso a dados de milhões de usuários do Facebook.
  • Uma democrata de carteirinha e autora de dois best-sellers, Sandberg afirmou que sai da empresa para se dedicar a outros objetivos, como seus projetos de filantropia e a sua fundação, a Lean In.

O que muda com o cartório online

Os brasileiros poderão resolver boa parte da burocracia dos cartórios sem sair de casa a partir da sanção da medida provisória aprovada nesta semana pelo Congresso.

Quando a proposta virar lei, os estabelecimentos têm até o dia 31 de janeiro de 2023 para se adequarem às novas regras.

Entenda: a MP cria uma plataforma que promete reunir em um só lugar diversos serviços e ainda agilizar trâmites como registro de imóveis e reconhecimento de firmas.

  • Apesar de poder acessar os serviços de casa, as taxas continuarão a ser pagas para o cartório local. A redução de custos pode vir com a redução de intermediários, como despachantes.

O que muda nos serviços:

  • Consulta padronizada: os documentos de registro de imóveis e garantias terão o mesmo formato, o que agiliza o processo e reduz a possibilidade de erros nos trâmites.
  • Assinatura eletrônica: hoje é aceita apenas com certificado digital –que tem um custo anual. Com a MP, a assinatura oferecida gratuitamente pelo gov.br também valerá.
  • Casamento: a formalização vai ser agilizada. O prazo entre a entrada dos papéis e a habilitação cai de 15 para 5 dias e as celebrações podem ser por videoconferência.
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