Descrição de chapéu Folhajus petrobras

Líder da oposição pede no STF investigação contra Bolsonaro por interferência na Petrobras

Petição também pede perícia em celular que ex-presidente da estatal afirma ter provas de crimes do presidente da República

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Brasília

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ingressou nesta segunda-feira (27) com uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal para que seja aberto um inquérito para investigar eventual interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na estatal.

A petição também pede a busca, apreensão e perícia do celular que era usado pelo ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco.

O pedido de abertura de inquérito para averiguar eventual interferência de Jair Bolsonaro na Petrobras se deu após revelações sobre possíveis provas de "crimes" que teriam sido cometidos pelo mandatário.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) durante a abertura da CPI da Covid, no Senado Federal - Pedro Ladeira - 27.abr.2021/Folhapress

Reportagem do portal Metrópoles mostrou uma troca de mensagem em um grupo de economistas em uma rede social, em particular entre Castello Branco com o ex-presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes. O ex-presidente da Petrobras afirmou que o celular corporativo que foi devolvido à estatal continha mensagens e áudios que poderiam incriminar o presidente Jair Bolsonaro.

Castello Branco, então, diz que devolveu o aparelho "intacto" para a estatal.

"O que se vê é que a tentativa imperiosa do senhor presidente da República de interferir na Petrobras em detrimento da boa tutela do interesse e do patrimônio públicos, com nítido propósito meramente eleitoral e desvirtuado da dinâmica constitucional, é evidente", afirma trecho da petição.

A petição ainda segue argumentando que os possíveis crimes que teriam sido cometidos seriam prevaricação, corrupção passiva ou peculato, condescendência criminosa e violação de sigilo profissional.

"Diante da gravidade dos fatos, é manifesta a necessidade de a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal se envolverem no caso, para a correta persecução criminal porventura cabível", diz o texto da petição.

"Infelizmente, o que se vê é que o presidente da República, mais uma vez, utiliza-se da tática de terceirizar responsabilidades para esconder sua direta e inequívoca autoria sobre atos e fatos que prejudicam a população brasileira", completa a petição, citando as movimentações recentes de Bolsonaro com críticas à Petrobras e aos governadores estaduais.

Além de pedir à PGR a abertura de inquérito para averiguar a interferência na estatal, a petição da equipe de Randolfe Rodrigues —que é coordenador da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva— também pede os depoimentos de Castello Branco e de Novaes. Solicita, ainda, tratamento urgente em relação à perícia no celular mencionado.

"Tal medida acautelatória é, por pressuposto, urgente, na medida em que há real risco de iminente apagamento de todos os dados que porventura impliquem o Presidente da República em atos criminosos. Afinal, se o presidente da República interfere na gestão de patrimônio público, que é de todos os brasileiros e usado exclusivamente em seu prol, é direito de todos os brasileiros conhecer os fatos", completa o texto.

A Petrobras está no meio de uma polêmica, por conta da alta dos preços dos combustíveis. Após a estatal anunciar um novo reajuste, Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), iniciaram uma ofensiva que resultou na renúncia do então presidente José Mauro Coelho - a terceira troca no governo Bolsonaro.

Também nesta segunda-feira (27), o conselho de administração da Petrobras confirmou a nomeação de Caio Paes de Andrade para a presidência da companhia. Ele foi eleito também para integrar o colegiado, pré-condição para que passe a chefiar a estatal. ​

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