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YouTube dobra ofensiva contra TikTok

O YouTube anunciou nesta terça (20) que criadores de conteúdos do YouTube Shorts, formato rival do TikTok, poderão participar do seu programa de parceiros e, assim, receber parte da receita dos anúncios da plataforma a partir de 2023.

A tática se soma ao fundo de US$ 100 milhões criado neste ano para atrair os criadores de conteúdo e, junto deles, seus seguidores que hoje estão no TikTok. O app chinês ainda não remunera seus usuários.

A estratégia: os criadores de vídeos curtos ficarão com 45% da receita dos anúncios que serão exibidos no intervalo entre um conteúdo e outro.

• No formato carro-chefe do YouTube, em que as propagandas são exibidas antes e durante os vídeos, essa distribuição é de 55%.

Por que importa: o TikTok se tornou o app de streaming de vídeos preferido de crianças e adolescentes americanas há algum tempo, o que naturalmente gerou reações das gigantes do país.

• O Snapchat também lançou uma ferramenta de vídeos curtos, assim como o Instagram com o seu formato reels.

• A rede da Meta chegou a ir mais longe e tentou "imitar" o algoritmo do app chinês, mas voltou atrás após uma reação negativa de grandes influenciadores da plataforma.

Os desafios: não é à toa que, até hoje, as plataformas de vídeos curtos não remuneram seus criadores. Um dos problemas é o formato, que inviabiliza ter uma propaganda de meio minuto no meio de um vídeo de 15 segundos.

• A solução encontrada foi inseri-la entre os vídeos. Mas aí aparecem outros problemas: qual a forma mais justa de divisão da receita? Deve ganhar mais o criador do vídeo que vem antes do anúncio ou o que vem depois?

O YouTube informou em nota que a divisão da receita para cada criador será baseada no total de visualizações de seus Shorts, sem dar mais detalhes.

Eu e o robô

Apenas em 2023, 5 bilhões de horas serão economizadas por empresas e consumidores com o uso de chatbots (robôs que se comunicam com os clientes por texto), segundo a Accenture.

Enquanto os robôs se proliferam –para a ira de quem prefere o contato humano–, os operadores de telemarketing passam a estar envolvidos em outras etapas do atendimento ao consumidor.

O que explica: a transição de um modelo antigo, em que atendendentes liam um roteiro pronto, para o atual, com o contato pela rede social, tem a praticidade como uma das razões, mas acontece principalmente pela diferença de custos.

• A Take Blip, uma das maiores desenvolvedoras de bots do país, diz que, sem as despesas com mão de obra e ligações, o atendimento por robôs é cerca de dez vezes mais barato para as empresas.

• As entidades de telemarketing não veem a mudança como motivadora de demissões de trabalhadores, que passaram a prestar um novo serviço: agora eles conhecem melhor a empresa e resolvem problemas mais complexos.

Em números: em 2022, os serviços mais prestados pelos robôs foram os de atendimento ao cliente (66%), bem na frente de apoio ao setor administrativo (11%) e vendas (9%), os próximos da lista da Pesquisa Panorama Mobile Time, divulgada em agosto.

• Entre os apps mais utilizados, o WhatsApp, preferido dos brasileiros, lidera com 81%, seguido de Instagram Direct (66%), Telegram (54%) e Facebook Messenger (52%).

Por que o preço do botijão de gás não caiu

Mesmo com o corte de 4,7% promovido pela Petrobras no preço do gás de cozinha, o preço do botijão vendido pelas distribuidoras subiu 1,2% na última semana, segundo levantamento da ANP.

Em números: o botijão mais usado, de 13 quilos, saiu de R$ 111,91 para R$ 113,25 na média nacional, na terceira semana seguida de alta. A estatal esperava redução média de R$ 2,60 por botijão.

O que explica: foi nesse período que as distribuidoras começaram a reajustar os salários dos funcionários –a data-base da categoria é o dia 1º de setembro.

• As revendas já haviam comunicado que o consumidor poderia não perceber a redução nos preços por causa do aumento repassado em função do dissídio e de outros custos.

Para trás: ao contrário de outros combustíveis cujos preços são reajustados pela Petrobras, como gasolina, diesel e etanol, o preço do gás de cozinha não caiu tanto nos últimos meses.

• Isso acontece principalmente porque os tributos federais sobre o produto já haviam sido zerados em 2020.

• Nesse caso, o governo optou por um subsídio direto para a população mais pobre, com o programa Auxílio Gás. Ele começou no fim de 2021 com um valor que equivalia a 50% do preço do botijão a cada dois meses.

• A transferência dobrou em agosto e passou a subsidiar o valor total do botijão a cada dois meses para cerca de 5,7 milhões de famílias.

Brasil cai no ranking de inflação

O Brasil se afastou do topo do ranking da inflação entre as principais economias do mundo. Em agosto, caiu para o 8º lugar entre os membros do G20 –quatro países ainda não divulgaram o resultado do mês.

Em números: puxado pelo recuo nos preços dos combustíveis, o IPCA registrou deflação de 0,36% em agosto e fez a inflação acumulada em 12 meses cair para 8,73%.

• O país registra nesse recorte inflação menor que a de países como Reino Unido (9,9%), Itália (9,1%) e Alemanha (8,8%) e próxima a de México (8,7%) e EUA (8,3%).

• Os países da União Europeia, região cujo índice de preços médio é de 9,1%, enfrentam um encarecimento do preço da energia como reflexo da guerra na Ucrânia.

O que explica: os diferenciais do Brasil em relação a outros países estão no corte de impostos sobre combustíveis e no estágio mais avançado do ciclo de alta de juros.

• Enquanto lá fora há incerteza sobre até que ponto os bancos centrais vão continuar pesando nos juros para rebaixar a inflação, por aqui o BC pode dar como encerrado o avanço da Selic nesta quarta (21).

Longe da meta: apesar da melhora recente, a inflação ainda deve superar o teto da meta para este ano e para o próximo, repetindo o que aconteceu em 2021.

• Em 2022, o alvo é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, e a projeção do mercado aponta alta de 6%.

• Para o ano que vem, quando a meta será de 3,25%, as estimativas indicam que o IPCA deve ficar em 5,01%.