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IPO pode avaliar a Porsche em quase R$ 400 bi
A Volkswagen anunciou neste domingo que planeja levantar 8,7 bilhões a 9,4 bilhões de euros (R$ 49,7 bilhões) no IPO da Porsche. As ações devem começar a ser negociadas na Bolsa de Frankfurt em 29 de setembro.
Em números: a faixa de preço estimada é de 76,50 euros a 82,50 euros (R$ 436) por ação, no que avaliaria a fabricante de carros esportivos em 70 bilhões a 75 bilhões de euros (R$ 396,9 bilhões).
- Caso a oferta aconteça no topo da faixa estimada, será o terceiro maior IPO da história das Bolsas europeias, segundo dados da Refinitiv.
A oferta surpreende não só pelo alto valor, mas por acontecer em um período azedo para o mercado acionário global. O aperto monetário nos EUA e em outras grandes economias diminuiu o apetite dos investidores para ações e serve como um desincentivo para IPOs.
Em família: a listagem será apenas de ações preferenciais (sem direito a voto). O controle da companhia permanecerá da Porsche Automobil Holding, um fundo da família do fundador da marca que também é o maior acionista da Volkswagen.
- As duas empresas também compartilham o CEO. Oliver Blume é presidente da Porsche desde 2015 e foi anunciado em julho para ocupar o mesmo cargo na Volkswagen.
Itaú BBA critica decisão do Nubank
A decisão do Nubank de deixar de ser uma companhia de capital aberto no Brasil é negativa para a governança da empresa e para os investidores minoritários por reduzir o nível de transparência das operações da fintech, segundo analistas do Itaú BBA.
Para eles, como a fintech terá de prestar contas apenas à SEC (CVM americana), o nível de informações ao investidor brasileiro deve ficar mais pobre.
Danielle Lopes, da casa de análise Nord Research, diz que a escolha do Nubank foi tomada com o objetivo de tentar manter os clientes longe das notícias ruins a respeito do desempenho de suas ações.
A companhia afirmou que a proposta visa "maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição". No dia seguinte ao anúncio, os papéis caíram 4,5% na Bolsa de Nova York (Nyse).
Entenda: o Nubank deixará o programa de BDRs nível III, que o obriga a estar registrado na B3 e ser fiscalizado pela CVM, para passar para o BDR nível I.
Os investidores –inclusive aqueles que participaram do programa NuSócios, que oferecia um BDR aos clientes– terão três opções para converter seus papéis:
- Trocar seus recibos por ações ordinárias classe A negociadas na Nyse, na proporção de 6 BDRs para cada ação. Para isso, eles têm que possuir ao menos 6 BDRs e uma conta em corretora internacional.
- Trocar os BDRs de nível III por papéis de nível I, na proporção de um para um, e continuar negociando o ativo na B3.
- Vender seus papéis.
Mais sobre mercado financeiro:
- Presidenciáveis ajudam investidor a apontar a mira, escreve o colunista Marcos de Vasconcellos.
- No blog De Grão em Grão, Michael Viriato mostra como se comportou o mercado acionário nas últimas eleições e o que o investidor pode esperar neste ano.
Marcas dos anos 1980 vivem revival
Marcas como Kichute, Mobylette, Telefunken e uma série de brinquedos –Moranguinho, Fofolete, Aquaplay e Segure se Puder– estão sendo relançados para atrair a geração dos anos 1980 a um revival.
O que explica: a aposta por retomar essas referências ou por licenciar os nomes –caso da Kichute, que vai virar marca de calçados streatwear– é não só para atrair o consumidor que viveu na década de 1980, mas buscar que ele passe essa tendência de consumo, enraizada em sua memória, para a geração atual.
- Mas reviver essas marcas não é garantia de sucesso, e a Mappin e a Mesbla, que ainda não emplacaram nessa volta, estão aí para comprovar isso, diz Ana Duque-Estrada, professora de marketing do curso de comunicação e publicidade da ESPM.
Alguns relançamentos recentes:
- Moranguinho, Fofolete, Aquaplay e Segure se Puder: as duas bonecas já foram relançadas pela fabricante Estrela, enquanto os dois jogos voltarão a ser vendidos a partir do Dia das Crianças.
- Mobylete: a Caloi lançou em março 2.000 unidades da nova versão do ciclomotor e até agosto já tinha vendido tudo ao varejo. Só não produziu mais pela escassez de componentes que vêm da China. A versão atualizada é elétrica e tem preço sugerido de R$ 9.199.
- Kichute: a clássica marca de chuteiras que marcou a geração de 1970 volta como uma marca de calçados. Os produtos devem chegar até julho do ano que vem.
- Telefunken: a marca mais lembrada no início da era da TV a cores no Brasil, nos anos 1970, retorna como uma extensa linha de eletroportáteis –de batedeiras a fones de ouvido. A marca é licenciada e os produtos são de fabricantes chineses.
PF evita quase R$ 500 mi em fraudes do INSS
A PF (Polícia Federal) identificou uma suspeita de fraude em servidores do INSS que pode chegar a R$ 486 milhões em pagamentos de benefícios.
Mais de 13 mil benefícios que seriam pagos estão na mira da investigação, entre eles o auxílio-reclusão.
Entenda: as supostas fraudes foram feitas por meio de acessos de senhas de 29 servidores do INSS, que devem ter sido hackeadas, segundo a PF.
- Com o acesso ao sistema do órgão, criminosos conseguiram reativar benefícios e alterar dados de contas bancárias para que os pagamentos fossem feitos a contas diferentes das dos destinatários dos auxílios.
- Após o alerta da PF, que iniciou a apuração em junho, o INSS acionou as instituições financeiras para bloquear o pagamento de benefícios irregulares.
Em números: do total de R$ 486 milhões em benefícios sob suspeita de fraude, a PF ainda vai apurar para saber quais seriam pagos irregularmente e quais estavam regulares.
Contra-ataque: neste mês, o INSS distribuiu tokens para adicionar uma camada a mais de segurança no acesso de servidores do órgão a dados dos beneficiários e ao sistema que autoriza a concessão de benefícios.
- Além do dispositivo, que deve ser conectado ao computador, há ainda a senha do servidor e um código de autenticação que é enviado para o celular dele.
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