Descrição de chapéu Eleições 2022

Evento com Guedes tem minuto de silêncio por empresários que citaram golpe

Manifesto em defesa da desoneração da folha de pagamentos é lançado no encontro

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São Paulo

Empresários lançaram nesta quinta-feira (1º) um manifesto em defesa da desoneração da folha de pagamentos. A manutenção da política, segundo eles, busca reverter o quadro de aumento da informalidade e a queda da competitividade da economia brasileira.

Os organizadores do evento também aproveitaram o encontro para repudiar a ação contra empresários que fizeram publicações de cunho antidemocrático em um grupo de WhatsApp, de acordo com reportagem do portal Metrópoles. Eles chegaram a fazer um minuto de silêncio em apoio aos empresários.

O evento, organizado pelo IUB (Instituto União Brasil), ocorreu em um clube na zona sul de São Paulo e reuniu nomes como Flávio Rocha (Riachuelo) e Luigi Nese (Confederação Nacional de Serviços), além de integrantes do governo federal, entre eles o ministro Paulo Guedes (Economia), parlamentares, empresários e especialistas.

Segundo os organizadores, até o momento não foram apresentados indícios concretos do suposto envolvimento em atividades criminosas dos empresários que falaram em golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições.

O presidente do conselho de administração do Grupo Guararapes (Riachuelo), Flávio Rocha, também se manifestou contra a ação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, preside a sua primeira sessão da corte. - Pedro Ladeira/Folhapress

Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Moraes autorizou buscas contra empresários bolsonaristas, gerando novos atritos entre o Planalto e o Judiciário às vésperas das eleições.

Entre os alvos estiveram os bolsonaristas Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Sierra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.

Em diversas ocasiões no evento desta quinta, os participantes fizeram questão de ressaltar a importância do papel das mulheres no governo e na iniciativa privada —tema que tem ganhado destaque na campanha eleitoral.

Única palestrante mulher do evento, a presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, relembrou a importância do banco na distribuição do Auxílio Emergencial, durante a pandemia.

Quem representou o lado dos trabalhadores no encontro foi o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah. Ele defendeu uma união entre a categoria e empresários, para a construção de uma reforma tributária mais justa.

"Estamos ainda em uma pandemia, com desemprego e desalento. Mas não é um debate ideológico, é um debate pragmático", disse Patah. Ele reforçou que houve uma redução do desemprego, mas com perda da massa salarial. "Alguma coisa está errada. Precisamos mostrar para a sociedade as mudanças que precisamos fazer."

GUEDES CHAMA PREOCUPAÇÃO COM 2023 DE 'INDÚSTRIA DE ROLAGEM DE PESSIMISMO'

"Pode levantar que ele merece", disse Nabil Sahyoun, presidente do IUB (Instituto União Brasil) ao anunciar a presença de Guedes e citar o resultado de crescimento de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, conforme divulgado nesta quinta-feira.

O ministro aproveitou o encontro para falar que o país teve uma ótima notícia com o PIB e que se ficar no mesmo nível até o fim do ano, já terá crescido 2,5%. "Vamos continuar diferenciando as narrativas políticas dos fatos econômicos. Eu dizia que estavam subestimando o Brasil."

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, na abertura do Congresso Aço Brasil no Hotel Unique, em São Paulo - Zanone Fraissat 23.ago.2022/Folhapress)

Guedes afirmou que avisou que os economistas e instituições iriam passar o ano revisando o PIB para cima e a inflação para baixo. "Não é impossível que o Brasil tenha neste ano uma inflação menor que o G7 e que cresça mais."

O ministro também disse que há uma "indústria da rolagem do pessimismo", ao se referir às previsões de redução da previsão de crescimento e de aumento da inflação para 2023.

"Ano que vem tem uma bomba fiscal? Qual bomba fiscal, que herança maldita?", questionou, ao mencionar devoluções do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) ao governo federal.

"Esta geração vai pagar pela guerra [da pandemia], diziam que a nossa dívida pública iria explodir. Estão vendo agora o setor de serviços com bom resultados, estádios cheios. E o que aconteceu com a nossa dívida? Todos lá fora estão com déficit ainda crescendo."

Guedes também instigou a plateia a reforçar a agenda liberal. "Queremos baixar impostos, abrir a economia, privatizar todas as estatais", disse aos participantes, que reagiram repetindo as últimas palavras do ministro.

Guedes recuou, ainda, após usar o termo "chinesada", ao se referir em outra ocasião aos chineses que estariam vindo ao Brasil para destruir as fábricas do país. "Falaram que é desrespeitoso, também estou aprendendo."

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