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Gigantes do streaming veem ações subirem, mas lucros encolherem

Empresas enfrentam custos altos e mercado menor do que o esperado

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Lex - Financial times

Coluna de Negócios e Finanças do jornal Financial Times

Talvez Rupert Murdoch e a AT&T soubessem o tempo todo o que estavam fazendo. Nos últimos anos, ambos reduziram suas ambições hollywoodianas. A dupla vendeu ativos de entretenimento para compradores interessados em lutar nas guerras de streaming.

Até agora, neste ano, as ações da Fox e da AT&T se mantiveram em alta em relação aos índices de mercado em queda. Outros titãs da mídia descobriram que o negócio de enviar conteúdo diretamente ao consumidor não apenas é caro, como também um mercado menor do que o esperado.

Na semana passada, a Disney, que adquiriu os ativos de estúdio da Fox, informou que havia registrado 14,4 milhões de novos assinantes de streaming em seu serviço Disney+, mais do que o esperado. No dia seguinte suas ações subiram 6% em resposta. Mas esse crescimento saiu caro. O Disney+ registrou prejuízo operacional trimestral de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) sobre receita de US$ 5,1 bilhões (R$ 26 bilhões). O grupo também admitiu que não atingiria sua previsão de longo prazo de 260 milhões de assinantes até 2024.

Logos de serviços de streaming - Dado Ruvic - 20.jan.2022/Reuters

Um evento ainda maior na mídia é o recém-batizado Warner Bros Discovery, resultado da aquisição pela Discovery da Warner Media da AT&T por US$ 43 bilhões (R$ 220 bilhões) em 2021. A Discovery, de faturamento médio, e a pretensiosa Warner dificilmente se encaixavam. A relação dívida líquida/Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Discovery é cinco vezes mais alta.

Isso parece precário. A nova empresa admite alguns problemas dolorosos de integração, principalmente na maneira de lançar novos programas e filmes. As ações da Warner Bros Discovery já perderam 42% este ano. Ainda assim, parece melhor que a Netflix, o pior desempenho do setor em 2022.

Enquanto isso, os vendedores voltaram às suas origens. A AT&T recuou para os negócios de telefonia móvel e banda larga, ricos em fluxo de caixa. A Fox se concentrou em suas tradicionais redes de TV paga com notícias e esportes. Embora os direitos esportivos continuem caros, as taxas de afiliados e a publicidade se mostraram surpreendentemente resistentes.

Para empresas como Disney e Discovery, ficar parado nunca foi uma opção. Mas as batalhas de streaming em que entraram poderão fazê-las pensar duas vezes sobre o custo da expansão.

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