A 'grande fusão' do ethereum, vendas no varejo decepcionam e o que importa no mercado

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A 'grande Fusão' do ethereum chegou

A grande atualização de protocolo da rede blockchain ethereum, processo conhecido como "The Merge" (A Fusão), está previsto para terminar na madrugada desta quinta (15).

O processo, esperado há muito pela comunidade cripto, promete ser um ponto de virada para a rede, que deve se tornar mais escalável e bem menos suja ecologicamente.

Entenda: os gatilhos para essa transformação estão na mudança do sistema de validação das transações, saindo de proof of work (prova de trabalho) para proof of stake (prova de participação).

  • No primeiro, computadores potentes solucionam cálculos complexos para formar "nós" de uma rede, que criam um bloco de transação que não pode ser alterado. Essa é a mineração, também usada no bitcoin, que envolve muito gasto de energia.
  • No segundo, pessoas ou empresas depositam seus próprios ether (a segunda maior criptomoeda do mundo) na rede, em troca de uma compensação. Essas criptos lá paradas atuam como validadoras de novas transações.
  • A fusão unirá a atual rede ethereum com a Beacon Chain, uma rede que vem sendo testada há anos com o proof of stake.

Por que importa: além da rede blockchain ser a base da moeda ether, é nela que também acontecem as operações de NFTs (tokens não fungíveis, entenda aqui), smart contracts (contratos inteligentes, que executam automaticamente transações) e finanças descentralizadas (DeFi).

  • Os defensores afirmam que a atualização pode reduzir em aproximadamente 99% o atual consumo de energia da mineração, um dos tendões de aquiles das criptos.
  • A Fusão também deve escalar os projetos na rede. Isso impulsionaria os mercados de NFTs (a maior plataforma estará lá), smart contracts etc.

Os contrários: em sua maioria, são os mineradores, que poderão ver seus investimentos nos computadores irem para o lixo.

  • Há também aqueles que não veem a atualização resolvendo o problema de baixa escalabilidade da rede e quem ainda ache que ela seja uma "traição" à liberdade das criptos, ao terceirizar os processos de validação de transações a grandes empresas.

Vendas no varejo decepcionam em julho

As vendas no varejo recuaram 0,8% em julho, na terceira queda mensal consecutiva, informou nesta quarta o IBGE. O resultado, com ajuste sazonal, é o pior para o mês desde 2018.

Em números: a queda veio bem abaixo da expectativa dos analistas, que projetavam alta de 0,3% para o mês. Na comparação com julho do ano passado, o varejo encolheu 5,2%.

  • No ano, o setor registra alta de 0,4% e está 0,5% acima do patamar pré-pandemia.
  • As quedas nas vendas na comparação com junho foram disseminadas, com destaque para tecidos, vestuários e calçados (-17,1%), móveis e eletrodomésticos (-3,0%) e livros, jornais e papelaria (-2,0%).

O setor enfrenta situação oposta à registrada pelos serviços, que subiram 1,1% em julho, bem mais do que o esperado pelos analistas (0,5%), e que está 8,9% acima do patamar pré-pandemia, informou o IBGE na terça.

O que explica: uma das razões pode estar em uma demanda ainda reprimida pela pandemia nos serviços, o que leva os consumidores a priorizem os gastos com esses atividades no lugar da compra de bens, afirma o gerente da pesquisa do varejo do IBGE, Cristiano Santos.

  • Outro fator que ajuda a explicar a retração no comércio é o sinal de que o efeito das altas taxas de juros pode estar aparecendo com mais força na economia, desincentivando o consumo.
  • Os economistas esperam que o impacto de uma Selic mais alta atinja com mais força a atividade econômica neste segundo semestre, dada a natural defasagem da política monetária.

5G chega a mais 7 capitais

Aracaju, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, São Luís e Teresina irão receber o sinal 5G de 3,5 GHz na próxima semana. Elas se somam a outras 15 capitais que já têm acesso à tecnologia.

Cronograma: as cidades poderão ativar as estações com a conexão a partir de segunda (19).

  • Até 28 de novembro, Claro, Tim e Vivo deverão ter no mínimo oito estações de 5G ativadas em Aracaju, cinco em Boa Vista, 11 em Campo Grande, oito em Cuiabá, 13 em Maceió, 14 em São Luís e 11 em Teresina.

Anatel na cola das teles: a Folha mostrou no mês passado que a Agência Nacional de Telecomunicações abriu procedimentos internos para verificar se Vivo, Claro e Tim estão cumprindo suas obrigações na instalação das redes 5G.

  • A agência tem recebido reclamações de instabilidade do serviço nas cidades onde ele já está disponível.

Puro ou impuro? Hoje, o usuário não consegue saber se o celular está conectado no 5G "puro" (standalone) ou no "impuro" (não standalone), que usa a frequência do 4G e não entrega tudo o que a tecnologia de quinta geração promete.

  • A justificativa para isso é que há falta de chips 5G no mercado. Eles vêm da China, país que ainda enfrenta gargalos na produção depois dos lockdowns do início do ano.
  • A Anatel afirma que os níveis de qualidade passarão a ser exigência a partir de 29 de outubro, data limite definida pela agência para a tecnologia chegar a todas as capitais do país.

Veja aqui uma lista das capitais com o 5G e saiba aqui os preços dos celulares compatíveis com a tecnologia homologados pela Anatel.


Ambipar compra americana por R$ 836 mi

A Ambipar, de serviços ambientais, anunciou nesta quarta que sua subsidiária Ambipar Response comprou a norte-americana Witt O'Brien's (WOB) por US$ 161,5 milhões (R$ 836 milhões).

Quem é quem:

  • Ambipar Response: a subsidiária atende emergências ambientais, químicas e biológicas, além da prevenção de acidentes. Em julho, firmou um acordo com a SPX, uma Spac (empresa de cheque em branco, entenda aqui), para listar suas ações em Nova York.
  • WOB: a americana também atua no setor de gerenciamento de crises e emergências e atende clientes corporativos de grande porte e o setor público local. Em 2021, seu faturamento foi de US$ 191,9 milhões (R$ 993,4 milhões), segundo a Ambipar.

A estratégia: a compra vem para ampliar a atuação da Ambipar Response nos EUA, ao atender o setor público americano, que tem exigências próprias, e também possibilita atuação em emergências de larga escala.

A Ambipar, que também atua na gestão de resíduos, viu suas ações fecharem em alta de 7,5% na Bolsa brasileira, a R$ 29,73, após a divulgação da compra da WOB. O Ibovespa recuou 0,22% nesta quarta, aos 110.546 pontos.

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