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Crédito, isenção de imposto e secretaria especial: os pedidos de associações de empresas a Lula

Setor privado enumera pedidos ao novo presidente, a quem dá as boas-vindas

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São Paulo

Mais espaço no Orçamento, diminuição de impostos, acesso fácil a crédito e até uma nova secretaria vinculada diretamente à Presidência da República. Ainda faltam dois meses para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir o comando do país, mas a lista de pedidos das associações empresariais já começou.

Setores como o de bares e restaurantes, supermercados, bancos, telecomunicações e até o agronegócio dão boas-vindas ao novo presidente, eleito neste domingo (30), enquanto dão a largada nos respectivos pleitos.

"A solução de problemas sociais e econômicos passa pela indústria da construção civil", diz José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), para quem o setor precisa receber mais espaço no Orçamento federal. Segundo ele, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou mais de 500 mil novos empregos no setor.

"Mas faltou moradia para a população mais pobre, que está na base do programa Casa Verde Amarela", diz Martins.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do vice, Geraldo Alckmin (PSB), durante comemoração da vitória na avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (30) - Nelson Almeida/AFP

Na opinião de Paulo Solmucci Jr., presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), é urgente simplificar o acesso às linhas de crédito para o setor, mas sem criar uma dependência.

"O excesso regulatório acaba nos tornando dependentes de um apoio que a gente quer que seja transitório", afirmou. "A ajuda deve ser pontual, não assistencialista, para estimular uma classe média robusta, formada não só por empreendedores, mas por quem trabalha no pequeno negócio."

Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que "está à disposição para colaborar com o novo governo."

O texto diz que, nos últimos meses, a Febraban promoveu encontros com candidatos e suas equipes para debater temas envolvendo o "crescimento sustentável da economia, maior justiça social e a melhoria do ambiente de negócios."

"Tratamos de controle da inflação, responsabilidade fiscal, manutenção da autonomia do Banco Central, priorização das reformas tributária e administrativa, atração de investimentos e medidas voltadas à redução do custo de crédito para os consumidores", informa a nota.

Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital (antigo SindiTelebrasil, entidade patronal que congrega as grandes operadoras de telecomunicações), reforça que o setor precisa de ações que incentivem os investimentos privados e "ajudem a ampliar o acesso da população aos serviços de telecom".

Entre as propostas estão "a criação de um programa para conectar famílias de baixa renda à internet via isenção tributária e subsídio direto à população; a necessidade de uma tributação mais justa; a isenção de PIS/Cofins de toda cadeia de infraestrutura e serviços do 5G; a simplificação regulatória e isonomia frente ao novo equilíbrio do ecossistema digital com o incentivo à autorregulação do setor; e a criação de uma Secretaria Especial de Transformação Digital, vinculada à Presidência da República", diz a nota.

A Feninfra (Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática) diz esperar que Lula continue incentivando o desenvolvimento do setor de telecomunicações, "em especial na implantação da tecnologia 5G, como ocorreu na atual gestão", segundo a nota assinada por Vivien Mello Suruagy, presidente da entidade.

Para isso, segundo a executiva, são necessários pesados investimentos em infraestrutura para que a conectividade digital aconteça, inclusive nas regiões mais vulneráveis, o que exige uma redução da carga tributária do setor.

Agronegócio espera gestão Lula "sem sobressaltos"

Fábio de Salles Meirelles, presidente do sistema Faesp/Senar-SP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) afirmou, em nota, que respeita a democracia "acima de tudo".

Em relação ao presidente eleito, espera que ele "continue realizando ações contínuas e um trabalho permanente pela prosperidade dos produtores rurais". Meirelles destacou o papel do vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), para permitir que o setor avance "mais ainda, sem qualquer retrocesso."

"O respeito legítimo de ir e vir, o direito à propriedade privada, a garantia da segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável, o protagonismo reconhecido em nosso país e no mundo, além da inovação tecnológica não são mais pautas, mas realidades e avanços consolidados", diz a nota. "Que sigamos sem sobressaltos."

Já a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) afirma ter a expectativa de fortalecer a parceria com o governo federal e defendeu a "livre economia de mercado."

"O setor supermercadista deseja muito sucesso a toda equipe que será formada e espera que esses próximos quatro anos sejam frutíferos, de melhora nas condições de vida da nossa população, de fortalecimento da economia e de paz para nossa sociedade, em toda sua abrangência social", diz o texto.

O braço paulista dos supermercados, a Apas, chama a atenção para o fato de que tanto o governo do Estado de São Paulo quanto o do Brasil vão trocar de mãos ao mesmo tempo. "É uma grande oportunidade para que o presidente Lula e o governador Tarcísio de Freitas [PL] tenham êxito ao trabalharem em harmonia na elaboração de políticas públicas que façam o setor terciário crescer e gerar ainda mais empregos", disse Rodrigo Marinheiro, gerente de relações governamentais da Apas, em nota.

Na opinião do desembargador Artur Marques, presidente da AFPESP (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo), a eleição deste domingo confirmou a absoluta lisura do processo eleitoral, "desabonando de modo definitivo os ataques diários sofridos nesses últimos anos, que pareciam soar como preparação para uma arruaça sem nome e sem fim."

Em nota, o magistrado destacou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na condução do processo eleitoral. "O aval popular ao sistema contou com a presteza, firmeza e coragem de ministros do Supremo Tribunal Federal, que ocupam temporariamente as cadeiras do Tribunal Superior Eleitoral."

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