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Investidores trocam de ações na Bolsa à espera do resultado do 2° turno

Setores potencialmente favorecidos por Lula tiveram alta na última sessão antes da eleição

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São Paulo | Reuters

Investidores ampliaram nesta sexta-feira (28) as vendas de ações com grande peso na Bolsa de Valores, enquanto reforçaram amplamente compras de papéis baratos ligados ao varejo e educação.

Essa troca de ativos levou o Ibovespa a fechar o dia com ligeira queda de 0,09%, aos 114.539 pontos, acumulando perda semanal de 4,5%, na contramão da recuperação dos principais índices no exterior.

No último dia de negociações antes do segundo turno das eleições presidenciais, o movimento no mercado doméstico foi interpretado por analistas como uma tentativa de investidores de incluírem em suas carteiras ações com maior potencial de valorização em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula permanece à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 49% das intenções de votos totais, ante 44% do candidato à reeleição, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (27).

O dólar comercial à vista encerrou o pregão sem variação em relação ao anterior, cotado a R$ 5,3020, acompanhando de perto a estabilidade do índice que segue a moeda americana no exterior.

Montagem mostra o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, que disputam o segundo turno das eleições neste domingo (30)
Montagem mostra o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, que disputam o segundo turno das eleições neste domingo (30) - Miguel Schincariol / AFP e Carl de Souza/AFP

"Temos um cenário hoje de investidores montando posições para se beneficiarem do resultado da eleição no próximo domingo", disse Rodrigo Azevedo, economista e sócio da GT Capital.

"Setores que tendem a se beneficiar com a troca de presidente, como o de educação e varejo, ficaram em sua maioria no campo positivo. Já as companhias que se beneficiariam da permanência do atual presidente caíram, como a Petrobras", comentou Azevedo.

Os papéis mais negociados da petrolífera estatal terminaram a sessão em queda de 1,18%.

Na ponta positiva do mercado, a empresa de cupons de desconto Méliuz disparou 8,33%. O grupo educacional Cogna saltou 5,30%. A gigantes do varejo Americanas, Magazine Luiza e Via avançaram 4,84%, 3,79% e 3,75%, nessa ordem.

"São empresas que podem ser favorecidos com a vitória do Lula", disse Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.

O desapontamento com os resultados do terceiro trimestre da mineradora Vale também influenciou negativamente o desempenho do Ibovespa, provocando queda generalizada do setor ligado às matérias-primas metálicas.

Ações desse segmento vêm apresentando perdas diante de uma possível mudança no modelo econômico na China, principal consumidor mundial de aço.

Xi Jinping, confirmado na semana passada para o seu terceiro mandato de cinco anos como presidente, pretende priorizar o incremento do consumo das famílias, em vez dos investimentos em infraestrutura e no ramo imobiliário.

As siderúrgicas CSN e Usiminas despencaram 5,74% e 4,17%, respectivamente. A Vale tombou 4,88%.

Além de manter no radar a corrida presidencial no Brasil, participantes do mercado negociaram atentos aos dados de inflação nos Estados Unidos à procura de pistas sobre os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que deverá aumentar a taxa de juros no país na próxima quarta-feira (2).

Em Nova York, o índice referência S&P 500 subiu 2,46%, o que resultou em um ganho semanal de 3,95%. Os indicadores Dow Jones e Nasdaq ganharam, respectivamente, 2,59% e 2,87%, nesta sessão, e 5,72% e 2,24%, no acumulado desta semana.

As ações do Twitter tiveram suas negociações suspensas na Bolsa de Nova York nesta sexta, após o bilionário Elon Musk ter fechado um acordo de US$ 44 bilhões para comprar o Twitter.

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